Pr. Simão Reifler |
Repórter de
Deus: - Pr Simão onde o senhor nasceu e onde passou a infância e
adolescência?
Pr. Simão
Reifler: - Nasci na Suiça em Basel, mas meus pais, Pr.
Josué Reifler e Monika Reifler, vieram ao Brasil quando eu tinha 7 mêses de
idade. Servimos aqui até meus 15 anos quando voltamos para Riehen, cidade
vizinha de Basel.
R D: - Morando
no campus do nosso Seminário em São Luís, onde seu pai era professor, que recordações
tem do convívio com os brasileiros desde aquele tempo?
S R: - Me lembro bem da interação com alguns
seminaristas, mas sempre eram muito ocupados. O meu mundo era o dos filhos dos
professores do SCEN: Os filhos do Pr. Charles Stoner, Mateus e Marcos e
principalmente os do Pr. Beto, Claudio e Silvano. Pr. Claudio hoje é Pastor da
3ª igreja de Grajáu e continuamos amigos.
Em 1983 eu tive de ir morar em Belém no internato para atender a escola
dos filhos dos missionários no AVA (Academia do Vale do Amazonas). A partir
desse momento só passava as minhas férias em São Luís.
R D: - Com que
idade foi o seu chamado para o ministério?
S R: - Meus pais voltaram para a Suiça em 1991 onde
fiz o Ginásio, preparo para as universidades do país. Em 1995 passei mais um
ano no Brasil como professor estagiário no AVA, achando que estava me
preparando para os meus futuros estudos de pedagogia. Foi nesse período que
recebi o meu chamado para o ministério integral. Resisti por muito tempo, e
muitas pessoas me apontavam para os meus dons e para o fato de verem um chamado
de Deus para mim. Ainda trabalhei um ano em um trabalho secular, mas em meio
uma crise espiritual fundamental Deus me chamou e confirmou o meu chamado.
Creio que se eu não tivesse ouvido e obedecido seu chamado, teria perdido minha
fé completamente. Não foi somente um chamado de Deus, foi uma salvação.
R D:- Onde se
preparou em que seminário?
S R: - Estudei no Seminário Teológico de São
Chrischona, um dos Seminários evangélicos mais conceituados da Suiça, que fica
perto a Cidade de Basel.
R D: - Em que
ano chegou ao Brasil já como missionário da SAM?
S R: - Depois dos estudos teológicos fui Pastor de
jovens da Igreja Evangélica Livre em Langenthal durante 4 anos, período em que
eu e Raquel nos casamos em 2003. Em 2005 começamos a pensar sobre nosso futuro
fizemos uma viagem ao Brasil para avaliar um possível chamado. Sem ter certeza
de qual era o caminho que Deus queria nos dirigir, motivados por Lucas 9,23
tomamos a decisão que íamos servir ao Senhor no Brasil com a SAM no projeto
PróPiauí. Posteriormente Deus confirmou por diversas vezes esta decisão e assim
fomos enviados para essa nova missão, chegando em Campinas no dia 2. de Outubro
de 2006.
R D: - Tinha
um propósito em vista no exercício do seu ministério no Brasil? (trabalhar em que área)
S R: - Depois de 8 meses de adaptação, aprendizagem
da língua portuguesa e estágio em um igreja batista, viajamos de carro
atravessando o Brasil para trabalhar na implantação da igreja em Floriano junto
com Pr. Cléber.
R D: - Sua
experiência no primeiro campo foi animadora?
S R: - Tivemos muitos altos e baixos, no primeiro
Campo mas vimos como Deus estava constantemente fazendo sua obra, apesar da dos
nosso erros como estrangeiros.
R D: - Você já
estava aqui na transição do antigo Projeto Pró Piauí em 2012
para fundação da Missão PróSertão. Como foram os primeiros momentos e
que cargos você exerceu na nova Missão?
S R: - Conseguimos entregar o Projeto PróPiauí,
um parceria entre a SAM e a Região Nordeste, com seus principais objetivos
alcançados no final do período de 10 anos. Para a glória de Deus vimos diversos
campos e igrejas serem fundados e muitos jovens através do CBT se tornarem
obreiros, missionários e também pastores. Mas com os trabalhos que
desenvolvíamos nos interiores em Floriano e Barão e vendo a escassez espiritual
e o clamor desse povo, o nosso coração se voltou cada vez mais para os não
alcançados no Sertão Nordestino. Junto com os outros missionários da SAM e
alguns colegas de diversas denominações estivemos na elaboração e no nascimento
da nova missão PróSERTÃO. Logo assumi a coordenação da educação teológica e
iniciamos a formulação de um curso que devia essencialmente contribuir para
alcançar os objetivos da nova missão de mobilizar e capacitar trabalhadores das
igrejas para o SERTÃO.
R D: - Outros
missionários da SAM E MICEB voltaram para sua terra com mais tempo de
ministério no Brasil, inclusive seu pai o Pr. Josué, do que você neste
momento. Passado este tempo, agora você
irá retornar à sua terra. Era isso o que você já previa tempos atrás ou mudou
de ideia retornando ainda jovem?
S R: - Graças a Deus, a SAM teve no Brasil muitos
missionários que dedicaram e continuam dedicando suas vidas inteiras em
missões. Mas infelizmente a tendência é que a maioria dos missionários mais
novos ficam cada vez menos anos a tal ponto de na missão já sermos considerados
parte de um grupo veterano. Tem que se levar em conta que nossa adaptação
cultural, graças ao nosso passado no Brasil, foi mais rápida do que a de outros
Missionários que não tiveram esse privilégio. Nosso chamado ao Brasil nunca foi
um de qualidade vitalícia e nem de qualidade meramente geográfica. Sempre nos
vimos chamados por Deus para servirmos com os nossos dons e as nossas
habilidades para certos projetos que eram também limitados em seu tempo
(Floriano, Barão e depois a PróSERTÃO). Esses projetos se desenvolveram muito
bem, a visão foi implantada e novas pessoas assumiram ao ponto de entendermos
que Deus estava preparando um novo lugar para nós. Em 2017 quando estávamos
para uma visita na Suiça a igreja que nos enviou e manteve durante todos esses
anos nos chamou para assumirmos como Pastor principal e entendemos esse como um
novo chamado na mesma missão que é a missão de DEUS. Então não creio que
mudamos de ideia, porque a ideia nunca era de ser missionário no Brasil a
qualquer custo, mas sempre era de servir a Deus onde Ele queria que
estivéssemos.
R D: - O que o
irmão irá fazer, continuará na Missão, a exemplo do Pr. Beat ou irá exercer
outro ministério?
S R: - É o mesmo ministério e a mesma missão de
Deus, simplesmente em outro lugar! A Europa é o berço da reforma. Mas ela hoje
tem números de evangélicos muito abaixo de muitos países que foram
evangelizados por ela. A Suíça por exemplo tem 3% de Evangélicos. É mais do que
o SERTÃO, mas quase 10 vezes menos do que o Brasil como todo. Por outro lado as
igrejas existentes estão ficando cada vez mais velhas poucas igrejas conseguem
alcançar os jovens secularizados em um ambiente atheista. Creio que esse é um
tremendo desafio missiológico para o qual eu quero contribuir.
R D: - Durante
seu tempo de trabalho no Brasil você também foi um obreiro do Quadro de
Ministros da AICEB. O que você diz do seu tempo com a nossa denominação?
S R: - Fico muito grato pelo tempo que pude
servir como ministro na Região Nordeste. Aprendi muito com meus colegas e
sempre me senti aceito e respeitado mesmo sendo estrangeiro. O trabalho com
todos os tipos de lideranças brasileiras sempre foi culturalmente a parte mais
desafiadora e cometi muitos erros bobos. Creio que em nenhuma área os Suíços
pensam e agem tão diferente quanto os brasileiros, mesmo os que foram criados
no Brasil. Mas também creio que é exatamente nessas áreas que mais podemos
aprender um do outro porque no Reino de Deus as coisas também funcionam diferentes
do que em qualquer cultura humana (veja Luc 22,25-26)
.
R D: - Durante
seu tempo com a ProSertão, você fez muitos intercâmbios com igrejas e pastores
de outras denominações. Levará grandes lembranças?
S R: - Com certeza! Nasci e fui criado dentro da
AICEB e sou ministro da AICEB e membro de uma AICEB. Mas aprendi que os irmãos
de diversas outras igrejas servem ao nosso mesmo Deus com o mesmo empenho e a
mesma fé e o mesmo objetivo de glorificar o nosso Deus sobretudo e fazer seu
nome conhecido entre os que nunca ouviram. Aprendi a amá-los como amo qualquer
outro irmão da minha denominação e creio de coração que devíamos em vez de
concorrer por grandeza ou pureza nos unir com eles para juntos com mais
eficiência trabalharmos para os objetivos do Reino de Deus e alcançarmos mais
pessoas com o amor do verdadeiro Salvador Jesus.
Repórter de
Deus: - Sua palavra de despedida à AICEB.
Simão
Reifler: - De coração agradeço
pela amizade de todos durante estes anos e desejo que nosso grande Deus use a
AICEB como um celeiro de Missionários para alcançar aqueles que mais precisam
do Evangelho.
Durante o a realização do Primeiro Congresso de Missões da Região Nordeste o Pr. Simão Reifler foi homenageado pelos seus tão importantes trabalhos prestados ao Reino de Deus e à AICEB ao longo do seu ministério no Brasil como missionário. Simon
e sua esposa Rahel são pais de três filhas, Eliana, Lívia e Milena.
A Aliança das Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil - Região Nordeste agradece ao missionário SIMON Reifler todo apoio dedicação e trabalhos compartilhados durante seus anos de permanência no Brasil com a AICEB, uma vez que seu trabalho foi fundamental e positivo para atingirmos os resultados tão esperados pela denominação.
Desejamos o melhor dos êxitos em sua nova missão em seu retorno à Suíça e esperamos que a sua experiencia de viver e trabalhar conosco no Brasil fique como uma agradável recordação em sua vida.
Teresina, PI 13 de abril de 2019.
Pela Diretoria Regional Nordeste
Orisvaldo Costa Ribeiro, presidente.
A Aliança das Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil - Região Nordeste agradece ao missionário SIMON Reifler todo apoio dedicação e trabalhos compartilhados durante seus anos de permanência no Brasil com a AICEB, uma vez que seu trabalho foi fundamental e positivo para atingirmos os resultados tão esperados pela denominação.
Desejamos o melhor dos êxitos em sua nova missão em seu retorno à Suíça e esperamos que a sua experiencia de viver e trabalhar conosco no Brasil fique como uma agradável recordação em sua vida.
Teresina, PI 13 de abril de 2019.
Pela Diretoria Regional Nordeste
Orisvaldo Costa Ribeiro, presidente.
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