Recordar é viver duas vezes.
Estávamos no mês de Julho de 1967. Eu estava de férias das aulas da Escola Normal Ginasial Maranata, em Barra do Corda. Os jovens Adão Barros, Elizamar Santos e eu viajamos para participar do tão esperado I Congresso de Mocidade, que seria foi realizado nas dependências do Seminário em São Luís.
Desembarcamos no bairro Anil e empoeirados da longa e cansativa viagem, nos dirigimos para o Seminário. Ali os jovens de outras localidades começavam também a chegar.
O culto de abertura foi maravilhoso, que aconteceu na casa que era onde funcionava uma sala de aulas, no porão do referido prédio. O local serviu também como auditório, capela do seminário, biblioteca e escritório da AICEB. Um local, para hoje inviável, mas era o local naquele tempo que o seminário dispunha, pois éramos apenas 32 congressistas, comportando muito bem no pequeno espaço.
Pregadores e organizadores
Tudo começou tão simples, modesto, mas com resultado duradouro e de valor incalculável.
Convidado como orador oficial compareceu ao púlpito, na unção de Deus, o tabelião da pequena cidade de Colinas, Sr. João Paulo Cardoso Rosa, formado no antigo Instituto Bíblico de Barra do Carda, que por ocasião do cinquentenário da AICEB em 2007 já idoso foi consagrado pelo Pr. Enoque Santana em Barra do Corda, homem de Deus que discorreu durante todos os dias o tema: “O que é isto em tua mão?” Palavras que o Senhor dirigiu a Moisés, quando o convencia da sua grande missão de libertar o povo hebreu do Egito, demonstrando sinais e maravilhas.
Os organizadores do primeiro congresso de mocidade, professores do seminário Allan Stensvad e Joan Collett, realizaram um grande trabalho de mobilização e direção do evento.
O hino oficial foi feito pelo Pastor Abdoral Silva:
Uma das estrofes dizia:
“O Senhor quer enviar-te, “o que é isto em tua mão”
Deus exige o teu talento, dá-lhe já de coração
E o estribilho:
Pois com valor vem hoje dedicar-te ao Serviço do Senhor
É urgente a grande messe, olha o mundo que perece
Sem demora e sem temor, avançar com todo ardor.
Participou ainda daquele primeiro conclave, o veterano missionário e então diretor do Seminário, Rev. João Canfield, que na última manhã levou todos os jovens a um compromisso de fidelidade a Deus, em um momento espiritual de quebrantamento e avivamento espiritual, que se espalhou pelas igrejas no interior.
Quero prestar uma homenagem aos primeiros congressistas de mocidade que posso dizer deixaram um grande legado para as futuras gerações que haveriam de vir.
Fizeram parte daquele primeiro congresso Enoque Vieira de Santana, que havia concluído o seminário no ano anterior em 1966. Josué Azevedo, Joventino Fonseca, Eliézer Santos, Adão Barros Carreiro, Henriquinho Jorge, Elizamar Santos, Josias, (do Ipiranga) Luciolina Cortez, Adi Soares, Lenir Lucena, Enedina Silva, Gláucia, Robson, Silêda Cavalcante Silva, Joel Resplandes e tantos que fogem a minha memória.
Saiu daquele congresso eleito o primeiro presidente do Congresso de Mocidade (hoje Departamento Nacional de Jovens) o jovem Adão Barros Carreiro. Um ano depois era eleito o segundo presidente, o jovem José Lucimar Rocha...
De volta para Barra do Corda, com dificuldade de transporte, tivemos que embarcar às quatro horas da manhã no trem que saía de São Luís para Teresina e ficamos na cidade de Codó em companhia do Evangelista Enoque Santana, que já cuidava daquele campo nos seus primeiros dias. Até chegar à Barra do Corda, ainda penamos muito pelo caminho. Naquele tempo, tudo era mais difícil, mas todo sacrifício e toda luta valeram a pena. Um congresso que começou com 32 jovens se agigantou e hoje é um grandioso evento.
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