Centenário da Igreja de Grajaú, Maranhão

Vista aérea de Grajaú

Igreja Cristã Evangélica de Grajaú, Maranhão Comemora Centenário

No coração do sertão maranhense, entre serras e colinas está Grajaú, uma das vinte cidades mais importantes do estado do Maranhão. A cidade,  que foi fundada pelo navegador Alferes Antonio Francisco dos Reis  em 29 de abril de 1811, está situada às margens  do Rio, de quem recebeu o  nome de Grajaú.

Com a fundação da cidade, no lugar antes conhecido como Porto da Chapada,  não muito tempo depois,  os missionários católicos,  frades franciscanos, capuchinhos italianos logo chegaram e plantaram  missões entre principalmente os indígenas da região.  Ali construíram um império, para a época,  uma igreja, (que veio a se tornar tempos depois uma das maiores catedrais do interior sendo  ainda hoje  o principal cartão postal da cidade)  Convento,  escola seminário,  faziam parte do complexo ali estabelecidocom  assistência social principalmente na área da saúde.  Nos primeiros anos aquela estrutura dava ao povo e aos próprios  religiosos a sensação de serem os donos do lugar, o que muito  dificultaria mais tarde a plantação de uma igreja evangélica.

Dentre suas manifestações  culturais,  religiosas e atrações turísticas o que mais  atrai o visitante  são as águas límpidas do Rio Grajaú com seus balneários e cachoeiras.  Distante da capital 560 quilômetros,  a cidade é servida pela BR 226 e MA 006. Com 55 mil habitantes. Grajaú orgulha-se da sua história, do seu povo, um povo alegre, pacato e hospitaleiro.

 Quando a cidade vai completar um século, desembarca  naquele torrão  em 1906 o  primeiro missionário  de missões evangélicas, o missionário canadense Perrim Smith.

Ana Lima, da Igreja Cristã Evangélica de Grajaú relata: “ Em 1906, realizou-se nesta cidade o primeiro culto público pelo missionário Perrim Smith, recém chegado do Canadá. O culto foi em frente da residência do Cel. Pedro Lopes, um chefe político respeitado , por esta razão o templo mais tarde foi construído neste local.”   “O missionário, que era solteiro, mais tarde tornou-se membro da família grajauense casando com uma jovem da igreja  Ana Tavares”,  finaliza.    (Grifo Repórter de Deus)

Este homem de Deus, que mais tarde mudou-se para Barra do Corda, enfrentou em Grajaú as piores perseguições vindas da igreja católica.  Os frades capuchinhos insuflaram muitas vezes o povo a promover ataques selvagens. Crentes foram apedrejados, bíblias e outras literaturas tomados e queimados em  praça pública, sob os aplausos e gritos dos “religiosos”.   A mesma perseguição iria ocorrer em Barra do Corda um pouco mais tarde.

Este ano de 2011, a Igreja Cristã Evangélica de Grajaú , tendo atravessado todo este tempo ora enfrentando toda sorte de tempestade, ora  usufruindo as bênçãos  de um mar bonançoso, na esperança da segunda vinda de Cristo, está comemorando um século de existência  uma vez que foi organizada em 1911 com 13 membros.

Igreja em dia de festa

Dentre os muitos  pastores que por ali passaram como Jorge Thomaz (fundador mais tarde do nosso Instituto Bíblico do Maranhão em Barra do Corda, que mais tarde foi transferido para São Luís transformando-se no Seminário Cristão Evangélico do Norte)  Valdemar Gomes, Martin, João Pedro Rodrigues, Josué Santos Chaves, Elizabeto Santos, Joventino Fonseca Filhho,  Valdeci Chaves, Daniel Primo, missionárias Ana Lima e D. Leile Alves,  Elias Asevedo e João Batista Dourado Bandeira, o atual pastor e tantos outros...  Alguns por duas vezes. Todos deixaram o bom exemplo de servos fiéis, todos  deixaram marcas que não se pagarão. O  Pastor Paulo Monteiro  nunca será esquecido. De Grajaú, foi para Santarém Pará e de lá para o Alto Solimões  adentrando-se nos rios daquela imensa região levando a Palavra do Evangelho.  Abdoral Silva, se tornou mais tarde presidente da AICEB  por vários mandatos logo desde o início, diretor do Seminário, poeta, escritor de hinos sacros, escritor de várias obras.  

 Reporto-me agora  a um missionário que  passou também pela igreja de Grajaú. Ernesto Wooton,  vindo da Inglaterra  no ano de 1909, trabalhou em São Luís lecionando inglês para ajudar no sustento e fez do Maranhão a sua casa. Conheceu uma aluna que  veio  mais tarde se tornar sua esposa , Ana Correia de Araújo, também conhecida como Ninoca. Trabalhou em várias cidades desde Colinas a  Carolina.   Depois de mais de vinte anos de trabalho sem descanso, Ernesto agora com a esposa voltou à Inglaterra  onde passaram um tempo de férias  e, retornando ao Brasil fixaram  residência em Grajaú onde se tornou pastor da Igreja.  “Dizem os mais íntimos que o Sr. Ernesto nunca revidada uma ofensa. Sua doçura e paciência no ensino da Palavra se tornaram um provérbio entre as igrejas. Traduziu várias porções da Bíblia e todo o evangelho de São João par a língua dos guajajaras e compilou um hinário com mais de 100 hinos e coros para serem cantados pelo povo de Deus.”  Escreve o Pr. Abdoral Silva no livro de sua autoria Nossas Raízes.

Uma vez o Pr. Ernesto recebeu de presente de uma pessoa que se dizia sua  admiradora, um bolo para o jantar.  O Senhor  não o permitiu comer o bolo. Ele teve a idéia de dar um pedaço do bolo para o seu cão o qual alguns minutos depois  caiu morto.  O Senhor  livrou o seu servo.

Ernesto Wootton e D. Ninoca

 São tantas lindas histórias que os mais velhos contam daquele servo de Deus até aquela que quando ele morreu, um homem católico de Grajaú referindo-se à sua morte perguntou a um padre: “Padre, será se o Sr. Ernesto foi para o céu? Ele respondeu:  “Se ele não foi para o céu, quem mais irá? Ninguém irá.”     (Oh glória a Deus)

O Sr. Ernesto Wooton muito  desejou  incluir dois dos seus lindos hinos  no Cantor Cristão, Hinário Oficial das Igrejas Batistas, mas não conseguiu.  Conseguindo, entretanto a simpatia e admiração dos líderes da Assembleía de Deus no Brasil, pela sua história, seus hinos foram incluídos na Harpa Cristã, Hinário Oficial das Assembléias de Deus do Brasil.  Adoração (Adorai o Rei do Universo)  Hino 124 da HC   e Além do Nosso Entendimento   Hino 396  HC  e várias traduções de outros hinos.  Nós teríamos mais motivos de ter  a Harpa Cristã como nosso hinário oficial, como gesto de reconhecimento. 

Hoje como resultado da gloriosa missão de difundir o evangelho, a Igreja de Grajaú conta com mais duas igrejas na cidade,várias congregações, pontos de pregação,  muitos filhos influentes  na cidade, no estado e em outros estados do Brasil. Outras igrejas organizadas e difundindo também as Boas Novas de Salvação nas cidades de Arame, Amarante,Veneza, Formosa da Serra Negra. É pouco, mas a Igreja vai continuar fiel e pregando a Palavra  “ATÉ QUE ELE VENHA”

A Igreja Cristã Evangélica de Grajaú é uma das Igrejas mais privilegiadas da Aliança das Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil – AICEB.     Parabéns pela sua linda história, história de sacrifícios e lutas, lágrimas e abenagação...  história de amor, paixão e muitas vitórias.  Louvado Seja  Deus.  

Repórter de Deus