O Repórter de Deus presta uma homenagem ao Pastor Adão Barros Carreiro na data do seu aniversário de 75 anos de idade em plena forma empenhado na obra do Senhor.
Biografia do Pr. Adão
Barros Carreiro
Oriundo de uma família
sertaneja, nasceu Adão Barros Carreiro, em
21 de Abril de 1945 na localidade interiorana de Boa Esperança perto do povoado Santa Teresa na região de São
Domingos do Azeitão, Maranhão, hoje cidade, que na época pertencia ao município de Benedito Leite.
Seus pais senhor João
Batista Carreiro Varão e sua mãe dona Elzira Rosa de Barros tiveram 14
filhos, sendo que quatro destes faleceram na infância. Dos
10 irmãos, 5 mulheres e 5 homens
era o quarto filho e o mais velho dos homens.
Seu Batista era um homem de traços interioranos, carregava
o orgulho de ser um dos homens mais respeitados e honrados do seu torrão. Homem
trabalhador cumpridor de seus deveres, cidadão de caráter impoluto, serio em todos os seus negócios e estimado
como pai de família, adjetivos estes que o quarto filho também mais tarde seria reconhecido.
Adão começou a
trabalhar muito cedo na vida. Ajudava seu pai nos serviços ásperos da roça, na
plantação, na capina, na colheita, na criação de animais bovinos, caprinos, suínos
e criação de galinhas. A casa de fazenda do seu Batista era de fato uma casa
farta e acolhedora.
Não conhecendo nenhum
crente na região, Adão aprendeu a ser muito católico e se tornou acólito e na
ausência do Padre João, da Paróquia de
São João dos Patos, rezava os terços com a pequena comunidade de fiéis. Lembra Adão que uma vez bagunçou um “culto
dos crentes” passando pelo meio do culto com um comboio de animais quatro
jumentos e um burro. Disto Adão tem arrependimento.
A região em que a
família do seu Batista morava já pelos anos 1958 a 1961 não estava nada bem,
pois a produção de cereais havia caído muito em decorrência do desequilíbrio
das chuvas e ainda as pragas de gafanhotos deram muito prejuízo ao produtor por
três anos seguidos. Este fato provocou a
mudança da família com os animais para o povoado Ipiranga, município de Barra
do Corda, muito distante cerca de 90
quilômetros. Foi muito difícil aquela fase para a família inteira, que teve
deixar o convívio dos parentes, amigos, colegas de infância e se foram a cavalos, e a jumentos tocando principalmente os animais
graúdos para uma terra desconhecida, povo desconhecido, mas com muita
esperança de encontrar boas terras com
pastagens e muita água para os rebanhos.
Muitos dias de viagem, sofrimentos, paradas para pernoitar aqui e acolá
e descansar os animais. Enfim, chegaram ao Ipiranga, um povoado próspero à margem do famoso Rio Mearim, por
onde passavam semanalmente as balsas vindas de
Pedreiras e Barra do Corda com mercadorias e passageiros. Agora tudo era
diferente. Seu Batista, que já havia
vindo uma vez para espiar a terra, tendo gostado comprou uma área muito grande
de hequitares banhadas pelo rio para os rebanhos e fazer suas roças e uma
grande casa para a família morar.
No povoado existia uma
grande Igreja Cristã Evangélica, que era pastoreada pelo Pr. Olívio Alencar e
mantinha uma escola anexa. Ali o seu
Batista matriculou seus filhos. O jovem Adão estudou dois anos onde teve os
primeiros contatos com a Bíblia, com o evangelho e com os crentes. Tendo conhecimento da Escola Normal Regional
Maranata em Barra do Corda, dois anos depois, em 1963 foi estudar ali na escola dos gringos, levando alguns irmãos, onde o curso era mais
avançado. Depois sua mãe Dona Elzira foi
também morar na cidade para cuidar dos filhos onde todos já estavam estudando.
Seu Batista de mês em mês aparecia por lá levando todo o mantimento para o
sustento da família.
Em 1966 eu chego à
Barra do Corda para também estudar na agora Escola Normal Ginasial Maranata,
onde fiquei interno por dois anos. Foi quando conheci Adão e tornamo-nos colegas de
classe. Dali para a frente iriamos ser grandes amigos e colegas de estudos até
o final do curso do Seminário em São Luís e até hoje como colegas de ministério
pastoral. Como nos identificamos muito no meu último ano em Barra do Corda, não
mais fiquei interno. A convite de Adão fui morar com a família Barros Carreiro
durante aquele ano. Tornei-me
muito ativo na igreja onde fui
presidente da mocidade, participava do coral e viajava com Adão de bicicleta
para evangelizar nos bairros e nos interiores. Fizemos várias viagens com os
jovens para Tuntum, Colinas e Grajaú no caminhão do seu Henrique Jorge, memoráveis
viagens. Éramos candidatos ao ministério. Terminamos o curso em 1968 em
Barra do Corda. No ano seguinte fui para o Seminário, e Adão foi para
Governador Valadares, por insistência de familiares para ficar com alguns dos
seus irmãos que já trabalhavam e moravam naquela cidade mineira. Adão não se
adaptou, tinha sido chamado para o ministério na noite do banquete de formatura
da turma do ano de 1967. Só passou um ano.
Assumiu o chamado de Deus e obedeceu vindo para São Luís do Maranhão
onde eu já havia feito o primeiro ano.
Bem antes de seguir
para o Seminário, Adão conheceu em Barra
do Corda, já terminando o seu curso na Escola Normal Maranata, a recém formada do Seminário Iraci Ferreira da Silva, de família
tradicional da igreja, e mais tarde começaram um namoro. Adão se empolga muito
quando fala desse tempo... das serenatas que nós fazíamos em companhia também do Vidalgan na janela do
seu Manoel Dodô, pai de Iraci... dos antigos LPs de Luiz de Carvalho rodando na
pequena radiola a pilha do nosso amigo Vidalgan: “Ao teu lado quero
estar.... sempre mais a ti Amar...” No outro dia saiam os comentários... vocês ouviram a serenata? Que tempo bom!
Quando o Adão voltou de governador Valadares, em fevereiro
de 1970 foi estudar para ser pastor. Quando o vi chegar ao Seminário, foi a
maior alegria para mim, abraçamo-nos calorosamente. No seu segundo ano resolveu com a sua noiva casarem,
cujo matrimônio se deu a 18 de dezembro
1971. Ela já era funcionária da Fundação Nacional de Saude – um emprego
seguro, razoável e assim ficou morando e trabalhando em Barra do Corda. Adão
estudando em São Luís visitava a esposa cada final de mês, mesmo tendo
encontrado alguma resistência por parte da direção do Seminário, pois naquele
tempo um aluno não podia nem namorar, imagina casar como Adão havia feito. Tantos
outros desafios foram aparecendo, mas todos vencidos com determinação. Meu
colega terminou o curso em dezembro 1973.
Já era papai de Lemuel, um garoto forte como o pai.
Depois de formado Adão e Iraci começam em 1974 seu ministério,
propriamente dito, sendo a sua primeira igreja a Igreja Cristã Evangélica de
Cururupu. Meu amigo refere-se à essa
igreja como uma das mais abençoadas onde
a sua família foi também muito abençoada. Infelizmente ficou pouco
tempo, dado algumas dificuldades com o emprego de sua esposa, que teve de
voltar para sua terra, Barra do Corda.
Sua segunda igreja foi a de Parnaíba, Piauí. Nessa igreja o pastor
passou suas maiores tristezas e angústias desde os primeiros momentos de sua
chegada, apesar de ter sido a convite da mesma. Ficou na porta da Igreja algumas
horas por não conhecer ninguém na
cidade, nem telefone existia, e para piorar a situação sua esposa estava gestante
perto de dar à luz e o menino Lemuel pequeno e ainda a bagagem. A certas
alturas passou por ali um cidadão. Era diácono da igreja, que vendo ali o
pastor , indiferentemente o cumprimentou e foi embora. O fato faz lembrar o
sacerdote da parábola do bom samaritano. Depois de muita demora sem aparecer
ninguém, foram finalmente acolhidos em uma casa que tinha como ocupantes muitas
baratas, ratos e morcegos e muita sujeira, sem nenhum exagero. Na primeira reunião com o conselho da igreja,
aquele “diácono” declarou ao pastor que a igreja tinha se arrependido de
havê-lo convidado. A palavra desse servo de Deus não foi confirmada pelos
demais membros do conselho nem por nenhum outro crente. Como não tinha sido
convidado por aquele irmão, e sim pela igreja, o pastor resolveu ficar. Com
pouco tempo nasceu o seu segundo rebento, sua linda filha Ana Letíce. O Pr. Adão certa vez disse: “Tivemos um
ministério em paz com a igreja, porém sem nenhum sucesso. Entendemos que
estávamos no lugar errado, e voltamos para Barra do Corda antes de completar um
ano” O sofrimento e as decepções
ministeriais fazem amadurecer o caráter e torna o obreiro mais preparado pera
maiores realizações. Foi isso que aconteceu.
A família aprendeu muito.
Em Barra do Corda vieram mais dois filhos para o casal, Gamaliel
e Uziel. Ali o Pr. Adão pastoreou uma congregação, do outro lado da cidade que pouco tempo veio a se emancipar tornando-se
a Segunda Igreja Cristã Evangélica de Barra do Corda, Trizidela. Foi pastor também por vários anos da Primeira
Igreja – Centro em Barra do Corda, onde desenvolveu um grande Projeto Social em
parceria com a Missão Campos Brancos, alcançando vários povoados com projetos
como: de horticultura, de criação de caprinos, ovinos, suínos. Em Barra do
Corda Adão viajou muito pelas congregações e pontos de pregação no interior e
ajudou no início das construções dos templos da Trizidela e Altamira. Seu
ministério foi produtivo e saudável.
Como a AICEB (Aliança
das Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil),
tinha planos de começar uma igreja em Caxias, próspera cidade, perto de
Teresina na BR portanto local estratégico para
o crescimento da região, era chegado o momento do já veterano e bem
sucedido pastor enfrentar aquele desafio e foi através de uma parceira AICEB e MISSÃO
CAMPOS BRANCOS que as duas entidades enviaram a família
Carreiro para iniciar aquela obra.
Em 1991 Adão e Iraci deixavam definitivamente a cidade de
Barra do Corda, onde estavam muito bem instalados com residência própria com o
fundo do quintal banhado pelas águas cristalinas do caudaloso Rio Corda, um dos
mais belos e famosos rios do Maranhão, que dá o nome à cidade.
“Concluímos
o projeto organizando a igreja exatamente nos 4 anos propostos com um
patrimônio hoje que vale mais de um milhão de reais. A igreja organizada nos
convidou para ficar com eles passando o mesmo sustento que as missões nos
passavam”. Relata o Pr. Adão
Barros.
Hoje, 29 anos depois, a Igreja Cristã Evangélica de Caxias
conta com a Segunda Igreja com um grande número de membros, um pastor
talentoso, um grande e moderno templo muito bem situado construído na gestão do
Pr. Alberto Rodrigues Filho. Conta também com a construção da Terceira
igreja já também emancipada sob os cuidados do Pr. Eduardo Nunes Santos e mais uma congregação em outro bairro da cidade sob
os cuidados pastorais do seu filho Pr. Lemuel Carreiro com as instalações da escola EBD prontas em
integral funcionamento com o projeto em plena atividade da construção quarta
igreja.
O Pr. Adão exerceu na denominação muitos cargos de
administração. Como jovem ainda, foi eleito presidente no Primeiro Congresso de
Mocidade em julho de 1967, Exerceu o cargo como o primeiro presidente da
história dos congressos de jovens. Foi membro da Diretoria Geral, foi
presidente da antiga Diretoria Regional
Nordeste, integrante da antiga Comissão de Coordenação, órgão formado pela
AICEB E MICEB com três membros de cada entidade, criada com a finalidade de estudar assuntos de interesse das duas instituições em matéria de finanças,
área de trabalho, evangelização, seminários etc. Tem, portanto, uma grande
folha de serviços prestados à AICEB.
Todo o sucesso do Pr. Adão Barros Carreiro. Tem como
segredo a plena convicção do chamado de Deus para o santo Ministério, a escolha
sensata do seu casamento com uma mulher de Deus, auxiliadora fiel, mãe exemplar,
zelosa pela obra, e filhos que sempre deram alegria e orgulho para os pais,
amáveis e crentes fieis.
O meu amigo Pr. Adão teve seus momentos difíceis? Teve sim,
mas soube vencê-los e não se deixou fracassar na estrada da vida. O templo sede da Igreja Cristã Evangélica de
Caxias tem as seguintes proporções:
30 metros de largura por 25 de comprimento, oval. Os 4 pontos mais distantes estão à mesma distância do púlpito, dois banheiros masculinos e dois femininas, 12 salas fazendo um total de 1.050 m² e mais um depósito. Estacionamento muito amplo com 593m². O projeto consta de secretaria e gabinete pastoral amplos. A igreja dispõe ainda de uma chácara bem cuidada para os eventos como retiros e acampamentos da igreja. Enquanto isto Deus tem lhe agraciado com bênçãos materiais e à sua família.
30 metros de largura por 25 de comprimento, oval. Os 4 pontos mais distantes estão à mesma distância do púlpito, dois banheiros masculinos e dois femininas, 12 salas fazendo um total de 1.050 m² e mais um depósito. Estacionamento muito amplo com 593m². O projeto consta de secretaria e gabinete pastoral amplos. A igreja dispõe ainda de uma chácara bem cuidada para os eventos como retiros e acampamentos da igreja. Enquanto isto Deus tem lhe agraciado com bênçãos materiais e à sua família.
É isto o que Deus tem feito na vida daquela criança lá do
interior.
Autor: Lucimar Rocha
Relíqueaslado esquerdo Adão e Lucimar lá atrás |
no fundo o antigo escritório da AICEB Adão de chapéu e Lucimar juntando capim. Osório e Reginaldo capinando |
uma das nossas salas de aulas 1972 |
O que dizem os leitores:
Mumberto Miranda: Pr. Lucimar, faltou registrar no belo histórico do Pr. Adão a grande contribuição do Pr. Adão no soerguimento e excelente trabalho como presidente do Conselho Fiscal da AICEB por dois mandatos de 2005 (Convenção Geral em Teresina) a 2013 (Convenção Geral em Manaus), equipe composta pelos conselheiros Pr. Josué Azevedo, Gesimiel Portela e Humberto Jônatas.
- Curtir
Francisco Jorge e F. Pereira
Que linda história. Parabéns Pr Adão pelo seu aniversário
Elias Neto
Relato impactante de uma trajetória de muito amor e dedicação ao sagrado ministério. Motiva-nos a dedicar-se ainda mais.
Chagas Silva Parabéns Pra Adão, servo do Deus Vivo
Gilson da Silva