terça-feira, 5 de janeiro de 2016

UMA RÉGUA OU UMA CRUZ?



            A questão da “predestinação”, sob a ótica da limitada visão humana, tem causado alguns problemas no meio evangélico. É lógico que para os que se consideram predestinados à salvação o assunto é bastante cômodo e confortável. No entanto, se alguém começa a pôr em dúvida sua salvação, por se considerar “rejeitado” por Deus, a vida passa a ser um tormento. Alguém afirmou que o processo que Deus usa para salvar pessoas é muito simples e prático, pois Ele simplesmente “passa uma régua” no meio da humanidade separando dois grandes grupos: um composto dos salvos pela “vontade” (escolha) de Deus e outro, cujos componentes serão lançados à perdição eterna, também por Sua “vontade”. Sinceramente, um absurdo, pois sabemos que o maior desejo de Deus é a salvação de todos os pecadores (I Tm 2:3-4) e jamais iria, por Sua vontade, enviar pessoas ao inferno, até porque “Deus não nos escolheu para nos castigar, mas para nos dar a salvação por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” (I Ts 5:9).


Na Associação Instituto Bíblico Noturno (AIBN), fundada em 1986, por iniciativa da MICEB (Missão Cristã Evangélica do Brasil) em Belém-Pa, hoje estabelecida na cidade de Ananindeua-Pa, onde ministro a disciplina “Cartas do Novo Testamento”, tenho me preocupado com alguns alunos por estarem muito confusos em relação ao assunto. Um dos pontos mais polêmicos é a anulação do “livre arbítrio” do homem diante da Soberania de Deus (Sl 135:6; Pv 21:1; Is 44:24-25; 55:8-9; Dn 4:35 e Rm 9). Cremos e jamais poderemos negar que Deus é Soberano, podendo, inclusive, salvar todos os perdidos bem como condenar todos, mas, mesmo tendo todo o poder para isso, não fará nem uma coisa nem outra, pois respeita a liberdade de escolha de cada ser humano.


            Os defensores da doutrina afirmam alguns absurdos sobre Deus, como:

·        Deus decretou a queda do homem (Deus, então, incentivou o homem à prática do mal?)

·        Deus faz acepção de pessoas (Deus “escolhe” quem vai salvar e quem vai condenar?)

·        Deus não “equipou” o homem com liberdade de exercer sua vontade própria (Deus, assim, é “responsável” pelas más escolhas feitas pelo homem?)

·        Um bebezinho que venha a falecer pode ser enviado ao inferno, caso, por “vontade” de Deus, não seja predestinado ao céu (Deus não leva em conta o fato de tal bebê não ter tido a chance de tomar consciência de que era pecador e precisava de um salvador?).


.           Como já afirmamos, cremos que Deus é Soberano e pode fazer o que quiser, com quem quiser e como quiser, mas, considerando que é um Deus de amor desde o princípio da criação, quando veio em busca do 1º casal após a desobediência (Gn 3:9), estabeleceu, como havia prometido e está registrado em Gn 3:15, um PLANO DE SALVAÇÃO envolvendo o seu próprio Filho onde a salvação é oferecida de graça, mediante a fé de qualquer pecador arrependido (Ef 2:8-9). O argumento de que o pecador não pode ouvir a mensagem, por estar “morto espiritualmente”, é incoerente com o Plano. Os textos de Mc 16:15-16; Rm 10:9-15; Ap 3:20 e 22:17 não deixam nenhuma dúvida de que a mensagem salvadora precisa ser dirigida exatamente aos “mortos espirituais” que podem ouvi-la perfeitamente para tomarem suas decisões, rejeitando ou aceitando, caso se conscientizem e sinceramente se arrependam de seus pecados. O episódio dos dois malfeitores crucificados ao lado do Salvador (Lc 23:39-43) ratifica o argumento, pois ambos eram “mortos espirituais” e falavam com o Salvador sendo que apenas um se arrependeu e foi salvo imediatamente. Por que o outro não foi salvo? Simplesmente porque não creu e não invocou o Nome do Senhor! Quanto ao livre arbítrio, citaremos apenas a parábola do filho pródigo (Lc 15:11-32), quando Jesus mostrou claramente a liberdade de ação (escolha) do homem, no caso o filho mais novo que resolveu sair da casa do pai, filho este que, tempos depois, decidiu retornar arrependido à casa paterna também por vontade própria.



            O assunto requer reflexões em relação às seguintes questões:

·        Se  é  verdade  que  Deus decide pelo homem, por que Ele não evitou  que  Adão  e  Eva  caíssem  em  pecado?

·        Da mesma forma, por que não evitou que Caim assassinasse seu irmão, mesmo depois de advertido (Gn 4:6-7)?

·        Por que Deus se ira contra o  homem,  entregando-o  à  imundícia  (Rm 1:18 e 24)?

·        Se Deus é a própria fonte de amor, não faz acepção de pessoas e não deseja a morte de ninguém, por que não decide favoravelmente  por  todos, já que seu desejo é que todos sejam salvos  (Rm 2:11;  Ez 18:23;  I Ts 5:9)?

·        Por que Deus precisou enviar seu Filho Jesus como única opção para a salvação do homem  (Jo 3:16; 14:6;  Mc 16:15 -16)?

·        Se  Deus  já  tem  os seus eleitos, por que  Jesus  ainda  não  voltou  (II Pe 3:9)?

·        Todos os predestinados ao céu certamente aceitarão o Evangelho da salvação  através  de  Cristo  Jesus – Jo 1:11-12

·        Cristo veio destruir as obras do diabo. Assim, pensar que Deus se dispõe a “colaborar” com satanás “entregando-lhe”, por Sua “vontade”, pecadores que não deseja salvar é algo absolutamente inaceitável!  -  Jo 10:10;  Hb 2:14;  I Jo 3:8

·        Deus  estabeleceu  dois  destinos  eternos  para  o  homem  (Mt 25:34 e 41)

·        Os predestinados ao céu são os que aceitam o Evangelho (Cristo), “o poder de Deus para a salvação  de  todo  aquele  que  crê” – Rm 10:9 -10  e 13;  Ef 1:5

·        Os predestinados ao inferno são os que rejeitam  o  Evangelho  (Mc 16:16)

·        No texto de Mt 22:14 os escolhidos por Deus são os que ouvem e aceitam o Seu convite

·        Evidentemente, Deus, por ser Onisciente, sabe o destino eterno de  cada  ser  humano  (Sl 139:16;  Rm 8:29;  I Pe 1:1-2).

·        Deus  é  absolutamente  justo!


Portanto, o assunto salvação não pode ser confuso ao ponto de complicar a vida das pessoas. Pelo contrário, uma vez ouvindo as Boas Novas de Salvação, conscientizando-se de que é pecador e arrependendo-se, qualquer ser humano tem acesso a essa bênção, conforme a Palavra de Deus afirma em I Jo 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Ou seja, a iniciativa e o Plano de Salvação nasceram no coração de Deus. O convite à salvação parte de Deus e tem como destino o ser humano pecador (não justificado). A parte do pecador perdido é aceitar ou rejeitar. A Palavra de Deus em Apocalipse 22:17 diz: “O Espírito e a Noiva dizem; Venha! Aquele que ouve isso diga também: Venha! Aquele que tem sede, venha. E quem quiser receba de graça da água da vida”. A recomendação bíblica a todos os homens é: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração” (Hb 3:15). Dessa forma, Deus jamais utilizará uma régua ou outro método qualquer para separar os seus escolhidos. O processo que Ele usa para eleger os seus escolhidos é o único e eficaz Plano onde Cristo, através de sua morte e ressurreição, é o personagem central e imprescindível (Jo 14:6).
Belém-Pa., 1º de Janeiro de 2016
           Humberto Jônatas Jorge Miranda    
      

22 comentários:

  1. Que triste!Sinceramente, espero que este não seja o pensamento e a declaração de fé expressa da AICEB. A Bíblia claramente diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” Efésios 1: 3-5 (ACF).Com esse texto acima citado, gostaria de reiterar o posicionamento cristão e bíblico que tem sido ao longo dos séculos um mergulho na Palavra afim de que o Deus Trino revelado nos escritos sagrados seja glorificado entre os homens. E o ponto central de toda controvérsia é a Predestinação. Segundo a Bíblia, e não Calvino como muitos pensam, Deus elegeu aqueles que seriam salvos antes da fundação do mundo. As correntes contrárias dizem que o homem tem participação no que tange a salvação. Será mesmo? Onde a Bíblia diz que Deus seria injusto em condenar os ímpios injustos? Claro, se o ser humano fosse justo, mas, não é este o caso. Ele é depravado e Deus em Sua Soberania não é obrigado a salvar ninguém. Vamos um pouco mais fundo.
    Por que não escolhemos a Deus?
    1. Porque estávamos mortos espiritualmente: Ef 2:1 e 5; Gn 2:17. Quando Adão e Eva pecaram, a humanidade continuou sendo a imagem de Deus, só que manchada pelo pecado; como uma folha em branco que depois de amassada ela continua branca, só que toda amarrotada, perdeu sua originalidade, a sua beleza. Em Tiago 3.9 diz sobre a imagem de Deus, e o “Homem” ali no grego é anthropos que quer mostrar que toda a humanidade – logo, toda a humanidade tem a imagem de Deus só que manchada pelo pecado. Isso é o que chamamos de “Queda.” Tem quem pense que a queda, no máximo, quebrou as pernas do homem, e mesmo se arrastando ele pode se reaproximar de Deus. Não! A queda nos matou espiritualmente e morto não vai pra lugar algum a não ser que seja vivificado. Em Efésios 2:4 Paulo diz que Deus nos trouxe para a vida. A iniciativa partiu dele. Não é a toa que as Escrituras denominem “novo nascimento” todo aquele que foi salvo por Cristo. 2. Nosso estado era de depravação total: Ef 2:3; Rm 3:12; Jo 8:34. Nossa consciência estava cativa aos desejos carnais. Vivíamos acorrentados pelos prazeres mundanos e não dávamos um passo sequer na direção de Deus. Estávamos imundos e nos sujávamos ainda mais. O Altíssimo em Sua Glória olhou para a humanidade e não encontrou ninguém capaz de fazer o bem. Entre milhões de milhões e milhares de milhares não havia um único justo.

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  2. Por que Deus nos elegeu? 1. Porque Ele é rico em misericórdia: Ef 2:4 e 5; Rm 9:16. O ato de eleger e salvar pecadores depravados são uma atitude graciosa. Graça é receber aquilo que não merecíamos. A Ira e o Inferno eram nosso devido pagamento, só que ao invés disso recebemos de Cristo o Perdão e o Céu. 2. Porque Ele é Soberano: Rm 9: 18; Fl 2:13. Quem é o homem para questionar a Deus? Onde ele estava quando tudo foi criado? Que conselhos deu o homem a Deus? Tudo que o Senhor faz é perfeito. Ele em Sua infinita sabedoria planejou todas as coisas e não há nada que escape do Seu senhorio. Não devemos esquecer que Deus é onipotente, onisciente e onipresente e nós não passamos de verme (Jó 25:6).3. Ninguém tem motivos para se orgulhar diante Dele: Ef 2:9; Rm 3:27. Paulo é bem claro quando diz que a salvação não é por obras para que ninguém se glorie. Quando chegarmos perante o Justo Juiz, nada poderemos dizer que seja favorável a nossa sentença. Na Eternidade não vai haver alguém dizendo: Eu fui salvo por orar 3 horas por dia e distribuir “sopão” toda sexta-feira. E você, fez o que para estar aqui? Não fizemos nada para merecer o status de co-herdeiros com Cristo. Toda honra seja dada a Jesus. “Porque d’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas.” (Rm 11:36). A dificuldade em aceitarmos a Predestinação é a nossa natureza caída e totalmente inflada. Queremos porque queremos ter algum mérito, todavia a Palavra nos diz que só vão até a Cristo aqueles a quem o Espírito Santo revelar. Se você ainda não está convencido de que essa é uma doutrina genuinamente bíblica, e objeta que esse é um conceito paulino, vejamos que ela está presente no ensino de Cristo e dos apóstolos:A predestinação no ensino de Cristo: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” João 6:44 (ACF); “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” João 15:16(ACF). A predestinação no ensino apostólico: “E os gentios, ouvindo isto, alegraram-se, e glorificavam a palavra do Senhor; e creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna.” Atos 13:48 (ACF); “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade.” 2 Tessalonicenses 2:13 (ACF); “Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, para que sejamos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou.” Tiago 1:18 (NVI); “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregrinos dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia.” 1 Pedro 1:1 (NVI).
    Objeções contra a Predestinação Bíblica: Jesus, Lucas, Paulo, Tiago e Pedro estão afinados quanto ao ensino da Eleição. Mas caso alguém ainda tenha objeções a fazer, me adianto respondendo as mais comuns: E para que serve então os Mandamentos? Resposta: Para nos revelar a condição do pecado (Rm 3:19-20). E a responsabilidade humana? Resposta: No Éden, o homem feito a imagem e semelhança de Deus, no exercício de sua liberdade, escolheu pecar (Rm 5:12). Seria injusto? Resposta: Não. Pois, Deus não escolhe dentre inocentes, mas dentre pecadores, depravados, culpados e indesculpáveis. Se não fosse a Eleição, todos pereceriam, pois todos merecem a Ira, ou seja, a punição por seus delitos (Ef 2:3). Finalizo resumindo tudo o que foi dito em 3 pontos:
    1. Não escolhemos seguir a Cristo, pois, nossa natureza pecaminosa nos impossibilita fazer tal escolha.
    2. Só vão até a Cristo aqueles a quem Ele se revela por meio do Espírito Santo.
    3. A fé, o arrependimento e as boas obras não são a causa de nossa salvação, são o resultado dela.“Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus.” Efésios 2:8

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  5. Lucas também deixa claro o ensino da eleição:
    1) Atos 13.48 – “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.
    Vejamos, finalmente, o que o apóstolo nos ensina sobre essa gloriosa doutrina:
    1) Romanos 8.29,30,33 – “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho… e aos que Deus predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou… quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica”.
    2) Romanos 9.11 – “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama)”.
    3) Romanos 11.5 – “Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça”.
    4) Efésios 1.4 – “assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”.
    5) Colossenses 3.12 – “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia”.
    6) 1 Tessalonicenses 5.9 – “… porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo”.
    7) 2 Tessalonicenses 2.13 – “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade”.
    8) Tito 1.1 – “Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus”.
    9) 2 Timóteo 1.9 – “que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos”.

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  6. Meu amado, qual é A SITUAÇÃO DO HOMEM APÓS A QUEDA? Em Gênesias veremos que a liberdade e o poder de querer do homem de fazer aquilo que era agradável a Deus, mas tal liberdade era passível de mudar se assim o quisesse. Foi justamente o que ocorreu. O homem atraído e enganado pela serpente escolheu desobedecer a Deus, pois Satanás tentou o homem a ponto do mesmo desejar ser igual ao seu Criador, e aí se deixou iludir-se pela voz da serpente que disse: Porque Deus sabe que no dia em que dele (o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal) comerdes se abrirão vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo do bem e do mal (Gn.3:5). O LIVRE-ARBÍTRIO deixou de existir após a queda. O resultado foi uma verdadeira tragédia para toda a humanidade. Conforme vimos na advertência de Deus em Gn.2:16-17, a raça humana recebeu como conseqüência deste pecado de Adão e Eva, a morte espiritual e física, bem como, a perda daquela capacidade (o livre-arbítrio) de querer fazer o bem e tudo que era agradável a Deus. Dessa forma, ele se corrompeu totalmente.

    Esse homem, agora após sua queda e por conta do pecado original, se tornou incapaz de querer a Deus. Na verdade, nos porões de seu íntimo, O rejeita deliberadamente, pois prefere agora escolher o pecado, pois é seu senhor. E assim, neste estado de DEPRAVAÇÃO TOTAL, “não é capaz de não pecar”.

    O próprio Senhor Jesus Cristo atesta isso quando afirmou aos judeus que discutiam com ele acerca de jamais terem sido escravos de alguém, que “todo que comete pecado é escravo do pecado” (Jo.8:34).

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  7. O apóstolo Paulo em Rm.5:12 nos ensina que: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram”.

    Vejamos ainda a CFW em seu Capítulo VI e Seção II:

    “Por este pecado eles decaíram de sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as faculdades e partes do corpo e da alma”.

    Assim, após a Queda, o homem ao invés de preferir servir e obedecer a Deus, na verdade, se encontra “morto em seus delitos e pecados” (Ef.2:2-3). E é isso que a teologia reformada denomina de DEPRAVAÇÃO TOTAL. Não possui mais o livre-arbítrio para fazer a vontade de Deus porque está morto espiritualmente, como Lázaro que estava morto com seus pés e mãos atados e sepultado há três dias no túmulo, da mesma forma está toda a humanidade.

    Vejamos o que nos ensina o Artigo X de nossos XXXIX Artigos de Religião:
    “A condição do homem depois da queda de Adão e Eva é tal que ele não pode converter-se e preparar-se a si mesmo, por sua própria força natural e boas obras, para a fé e invocação a Deus. Portanto, não temos o poder de fazer boas obras agradáveis e aceitáveis a Deus, sem que a graça de Deus por Jesus Cristo nos preceda, para que tenhamos boa vontade, e coopere conosco enquanto temos essa boa vontade”.

    Observem essa declaração contundente do Dr. Martyn Lloyd-Jones acerca da DEPRAVAÇÃO HUMANA, resultante da Queda:
    “Por que é que o homem sempre escolhe pecar? A resposta é que o homem abandonou a Deus, e como resultado, toda a sua natureza tornou-se depravada e pecaminosa. Toda a tendência do homem está distante de Deus. Por natureza, ele odeia a Deus e sente que Deus é contrário a ele. Ele é seu próprio deus, sua própria capacidade e poder, seu próprio desejo. Ele contesta toda a idéia de Deus e as exigências que Deus coloca sobre ele... Além disso, o homem gosta das coisas que Deus proibiu e as cobiça, e não gosta das coisas e do tipo de vida para as quais Deus o chama. Essas não são meras afirmações dogmáticas. São fatos... Eles por si só explicam a desordem moral e a feiúra que caracterizam a vida atual em tamanha extensão”.

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  8. Irmãos, Paulo nos ensina em Rm.3:10-19 e Ef.2:1-3, sobre a condição do homem após a queda, e responda as seguintes questões: Como um morto pode arrepender-se por si mesmo e crer? Como pode o homem, cujos sentidos espirituais estão em trevas, compreender e decidir-se por Cristo Jesus? Qual homem consegue cumprir e amar o sumário da Lei conforme Lucas 10:27?
    Como pudemos observar, todo o ensino bíblico inspirado por Deus, apontam claramente para um homem que perdeu, após a Queda, a condição e capacidade de, por ele mesmo, poder voltar-se para Deus. Todavia, necessita de uma intervenção do próprio Deus para “os que predestinou, a esses também justificou, e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8:30).

    O homem decaído está totalmente escravo do pecado, pois perdera a verdadeira liberdade, não podendo converter-se a Deus desempenhando um papel ativo (cooperando) no processo que o conduz a salvação.

    Jesus Cristo afirmou certa vez que “não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo.5:40). Sabe por que? “A luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz” (Jo.3:19-20). O ensino bíblico é que arrependimento e fé não podem ser produzidos por um coração corrompido, pois somente “pela graça somos salvos, por meio da fé; e isto não vem de nós, é dom de Deus” (Ef 2:8).

    Portanto, se o Espírito Santo não agir eficazmente no coração e mente desse homem corrompido, vivificando-o e regenerando-o, ele jamais se arrependerá sozinho de seus pecados, reconhecendo o sacrifício expiatório e vicário de Jesus Cristo.

    Gosto muito dessa afirmação de feita pelo grande expositor bíblico, Dr. Martyn Lloyd-Jones já citado anteriormente: “O pecador não se decide por Cristo”, mas ele “foge para Cristo em total desamparo e desespero, clamando por misericórdia: ‘Converte-me e serei convertido, porque tu és o Senhor meu Deus’ (Jr.31:18). É como alguém que está se afogando e não simplesmente se “decide” pegar a corda que o salvará, mas agarra-se a ela pois é a única escapatória, a única esperança. ‘Decidir-se por Cristo’ é uma expressão imprópria”.

    Não nos enganemos quanto ao verdadeiro estado espiritual e natureza humana. Porque estando o homem morto em seus delitos e pecados, não será persuadido com retórica eloqüente, muito menos por apelos emotivos (e o que preocupa hoje é justamente isso, muita gente “convencida” e “massageada em seu ego”, e nunca convertidas realmente), uma vez que será única e plenamente através de Deus que o homem irá “abrir seu coração” para atender a mensagem do Evangelho, como no caso de Lídia em At.16:14.

    Mas como bem afirmou Charles Spurgeon: “A graça de Deus não viola a vontade humana, mas triunfa docemente sobre ela” (Fp.2:13).

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  9. Quanto às crianças: “A criança é um por natureza um ser do encantamento, um ser que experimenta a leveza, e que não retém a dor." (Cris Griscon). “As crianças são os pequenos eleitos de Deus que desde toda a eternidade o encantam”. “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus.” (Romanos 3:23)

    Toda a humanidade é corrompida pelo pecado original. Isto é, todos nós nascemos com o pecado original herdado de Adão. Então, precisamos nos arrepender e confessar Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador, do fundo de nosso coração. Obviamente, as crianças também são corrompidas pelo pecado original e também estão destituídas da glória de Deus. Mas, elas não têm a capacidade de compreender isso e não sabem que precisam se arrepender e confessar verdadeiramente a fé em Jesus Cristo. Entretanto, a Sagrada Escritura deixa claro que de alguma forma a redenção por intermédio de Cristo abrange as crianças, permitindo a salvação delas; como podemos ver abaixo: Vale esclarecer que a definição de “criança” que será usada no texto é referente à mentalidade do indivíduo, e não à sua idade. Pois, pode haver crianças precoces que sabem discernir o bem do mal, e que já possuem a capacidade de saber o que é o pecado e arrependimento. Da mesma forma que pode haver adultos com sérios problemas mentais, possuindo a inocência e a mentalidade infantil.

    “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se.” (Romanos 1:20-21). Paulo nos fala que aqueles que tem conhecimento da glória de Deus são indesculpáveis em não glorificá-lo. Isto é aqueles que obtiveram um grau de revelação adequado de Deus, não tem desculpa de não adorá-lo e glorificá-lo. Porém, há alguns que estão em um grau de inocência e não tem esse conhecimento de Deus. Se for o conhecimento da glória de Deus que faz alguém ser indesculpável de não glorificá-lo, então, podemos concluir que o não conhecimento da glória Deus não faz alguém ser culpado por não glorificá-lo. Portanto, as crianças não são culpadas de não honrar a Deus. Pois, elas não têm o conhecimento do mesmo. Logo, conclui-se que Deus não poderia mandar elas ao inferno, pois, elas têm a justificativa de não ter tido o conhecimento de Deus, e não ter tido a capacidade de adorá-lo e glorificá-lo. “Depois trouxeram crianças a Jesus, para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos os repreendiam. Então disse Jesus: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas’.” (Mateus 19:13-15). Cristo fala abertamente que os que são semelhantes às crianças, são deles o Reino dos Céus. Logo, conclui-se que todos aqueles que têm o mesmo nível de inocência das crianças, incluindo as próprias crianças, ou que tentam por em sua conduta moral essa característica [por amor a Jesus Cristo], serão salvos.

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  10. “Naquele momento os discípulos chegaram a Jesus e perguntaram: ‘Quem é o maior no Reino dos céus? ’. Chamando uma criança, colocou-a no meio deles; e disse: ‘Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no Reino dos céus’.” (Mateus 18:1-4)

    Podemos ver que Jesus fala sobre quem é o maior no Reino dos Céus. Ele fala que aquele que aplicar à sua conduta moral a humildade de uma criança será o maior no Reino dos Céus. Portanto, aqueles que tiverem uma conduta moral semelhante ou igual à de uma criança, incluindo as próprias crianças, serão salvos. "Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo. Mas se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe seria amarrar uma pedra de moinho no pescoço e se afogar nas profundezas do mar." Jesus utiliza uma hipérbole para demonstrar como as crianças são benditas. Portanto, podemos ter uma noção de como são as crianças aos olhos de Deus. Se Deus vê as crianças dessa forma maravilhosa, é razoável supor que crianças ao morrerem serão salvas.

    Visto os argumentos apresentados, podemos concluir que as crianças são o modelo que todos nós devemos seguir para que possamos verdadeiramente trilhar o caminho preparado por Deus, e para que nossa fé seja justificada entre homens, como a verdadeira fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Se elas são um modelo a ser seguido, elas tem um lugar guardado no Céu, da mesma forma que aqueles que tentam ser como elas [por amor a Jesus Cristo] também possuem.

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  11. Quanto à outras perguntas temos: Se é verdade que Deus decide pelo homem, por que Ele não evitou que Adão e Eva caíssem em pecado?

    · Da mesma forma, por que não evitou que Caim assassinasse seu irmão, mesmo depois de advertido (Gn 4:6-7)?

    "· Por que Deus se ira contra o homem, entregando-o à imundícia (Rm 1:18 e 24)?"

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  12. A questão do mal moral, da queda do homem, e sua responsabilidade diante de Deus, tanto em sua origem como em seu prosseguimento, foi incluído nos decretos de Deus como permitido, mas permitido com algum sábio objetivo. É claro que DEUS permitiu pois Ele tinha um propósito eterno. Por que tu replicas contra Deus?

    Que Deus decretou permitir o pecado, desde toda a eterni­dade, vê-se no fato que, também desde toda a eternidade, Ele decretou salvar pessoas mediante a morte de Cristo, como se declara na seguinte passagem das Escrituras: “Não foi medi­ante coisas, corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resga­tados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós” (1Ped.1:18-20; veja-se também o v. 2 e Rom.8:29; 2Tim.1:9; Tito1:2; Apoc.13:8).

    Há outra pergunta a fazer em conexão com este magno as­sunto, a saber: Por que permitiu Deus que o mal entrasse no mundo? Se Ele odeia o mal e tem todo o poder, de modo que podia tê-lo impedido, por que o permitiu com suas conseqüên­cias indescritivelmente dolorosas? Esta é a pergunta que mais nos deixa perplexos. Jamais seremos capazes de responder a ela nesta vida. A permissão e a presença do pecado no universo, onde Deus infinitamente santo, exerce domínio, oca­sionam um entrechoque de idéias, as quais, por tudo quanto envolvem, nenhum espírito humano pode har­monizar completamente. Tendo-se em vista as duas realidades inconciliáveis, Deus e o pecado, é certo que a solução da dificuldade não será descoberta nem na suposição de que Deus era incapaz de impedir o apa­recimento do pecado no universo, nem de que Ele não pode fazê-lo cessar a qualquer momento. Na pro­cura dessa solução, é certo que o dilema não será ven­cido ou atenuado, supondo-se que o pecado não é excessivamente mau à vista de Deus — pois Ele tem-lhe aversão absoluta. O fato permanece sem modificação, que Deus, ativa e infinitamente santo e absolutamente livre em seus empreendimentos, sendo capaz de criar ou não criar, e de excluir o mal daquilo por Ele criado, permitiu não obstante que o mal aparecesse e operasse na esfera dos anjos e do homem. Esta perplexidade sobe de ponto, atingindo um grau imensurável, se considera o fato de que Deus sabia, quando permitiu a manifestação do pecado, que este lhe custa­ria o maior sacrifício que lhe seria possível fazer — a morte de seu Filho. As Escrituras atestam, com bas­tante ênfase que (a) Deus é todo-poderoso e, por con­seguinte, não recebe imposição do pecado contra sua vontade permissiva; (b) que Deus é perfeitamente santo e odeia o pecado incondicionalmente; e (c) que o pecado está presente no universo, ocasionando toda sorte de malefícios aos seres criados e que esse dano, em vista da incapacidade de alguns de entrarem na graça da redenção, pesará sobre eles por toda a eternidade”.

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  13. 1. “Sendo o propósito final de Deus trazer os homens à sua semelhança, estes, para alcançar esse fim, devem chegar a saber em certo grau o que Deus sabe. De­vem reconhecer o caráter maligno do pecado. Este, intuitivamente, Deus conhece; mas tal conhecimento pode ser adquirido, pelas criaturas, apenas por meio de observação e experiência. Obviamente, se o pro­pósito divino tem de ser realizado, ao mal deve-se permitir que se manifeste. O que a demonstração do pecado e sua experiência podem significar para os anjos não está revelado”.[2]

    2. Uma segunda explicação é que a existência de agen­tes livres no universo seria uma possibilidade virtual de revolta contra Deus, em qualquer tempo. Noutras palavras, a existên­cia de vontades livres, capazes de se opor à vontade de Deus, seria, por toda a eternidade, um principio potencial de pecado, e tal princípio de pecado tinha de ser trazido “a juízo completo e final”. Deus desejou tornar impossível, no fim, não somente a realidade do pecado, mas até sua possibilidade. Como não é possível condenar uma abstração, Deus permitiu que o pecado ou o mal se concretizasse, de modo a poder ser condenado na cruz, onde seu caráter foi plenamente revelado nos sofrimentos do Filho de Deus. Por essa forma todas as criaturas de Deus aprenderiam que coisa insana, penosa indescritivelmente in­grata e desastrosa é desobedecer a Deus, e depois da experiên­cia dolorosa do pecado todas elas se conformariam natural e alegremente com a sua perfeita vontade e trilhariam seus caminhos sapientíssimos. Foi esta a experiência do Filho Pródigo.

    3. Uma terceira explicação é que Deus permitiu o peca­do a fim de ter oportunidade de dar a conhecer sua justiça e sua graça, que jamais poderiam ser reveladas se no mundo não houvesse pecadores, para serem condenados, ou serem salvos. Paulo sugere isso nas seguintes passagens: “Que diremos, pois, se Deus querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu po­der, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, prepa­rados para a perdição, a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão?” (Rom.9:22,23). “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo... para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado... a fim de sermos para louvor da sua glória” (Ef.1:4-6, 9-12).

    É interessante, porém, notar que a Bíblia jamais procura responder nossas perguntas sobre o problema do mal e do so­frimento.

    No caso clássico de Jó, a única resposta que Deus lhe deu foi que, se ele não podia entender os fatos mais simples da na­tureza, como podia compreender os mistérios divinos? Todavia, deve ter sido um gozo e glória indizíveis para ele saber que seus sofrimentos contribuíram para a glória de Deus e confusão de Satanás. E note-se também que no fim tudo para Jó veio a ser melhor do que no princípio. E o mesmo acontecerá a todos quantos pertencem a Deus.

    No caso do cego de nascença, temos o que podemos cha­mar “o problema do mal num caso concreto”. Cristo, no en­tanto, não procurou responder a pergunta acerca desse proble­ma, porém fez melhor, isto é, primeiro declarou que os sofri­mentos daquele homem foram permitidos para a glória de Deus, e depois o curou. E assim aprendemos que Cristo não veio para responder nossas perguntas quanto ao problema do mal, mas, muito melhor do que isso, veio para destruir o mal. Co­mo Ele disse naquela ocasião: “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo” (Jo.9:4,5). E havendo dito isso, deu luz ao cego.

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  14. Cristo veio para destruir o mal, “para destruir as obras do diabo” (1Jo.3:8). Foi Ele que se tornou semente da mulher para esmagar a cabeça da serpente. E Ele fez isso mediante sua vida, morte e ressurreição (Heb.2:14). Agora Ele está à direita do Pai, aguardando o tempo fixado por Deus, em seus decretos, quando todos os seus inimigos serão postos por es­trado de seus pés (Heb.1:13). No livro do Apocalipse, onde se nos descrevem as últimas coisas, vemos o Cristo vitorioso destruindo todo o mal e toda oposição a Deus, e lançando a an­tiga serpente, que é o diabo e Satanás, no lago de fogo e enxo­fre. Será isso o fim da grande luta anunciada em Gen.3:15, fim glorioso com a vitória completa da luz sobre as trevas, da verdade sobre a mentira, da vida sobre a morte, do bem sobre o mal, de Deus sobre Satanás.

    É verdade que não podemos explicar o problema intrincado do mal, mas isso não é o que mais importa: o mais importante é sabermos que o mal será destruído e no final tudo redundará na glória de Deus e no gozo e felicidade de todos quantos lhe pertencem.

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  15. "Por que Deus se ira contra o homem, entregando-o à imundícia (Rm 1:18 e 24)?"

    O que diz a Escritura?

    Vejamos:

    "18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; 21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem
    lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! 26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames;
    porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. 28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem." Romanos 1.18-32.

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  16. “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça” (Rm 1.18).

    Está claro acima que ira de Deus. Revela-se do céu. Amado irmão crítico, o homem é totalmente depravado, não tem livre arbítrio e não pode escolher por Deus. O homem só anseia e deseja o pecado, sua "vontade" está submissa ao pecado desde o ventre, Deus responsabilizou toda a geração que viria de Adão e responsabiliza cada um de nós por nossos pecados, e permite que o ser humano viva esta vida perniciosa como nós vivíamos no passado, mas que por Graça e dado o Seu Amor Livre e Soberano, nos salvou! Note o tempo presente “revela-se”. Os julgamentos de Deus na história testemunham a respeito de sua ira. Além disso, esta ira é dirigida contra os homens – especificamente, contra os homens ímpios e perversos; e, ainda mais especificamente, contra os homens que de- têm a verdade pela injustiça.

    Mais adiante no contexto, o apóstolo explica que é possível escapar da ira de Deus, mediante a fé em Cristo, o único que tem propiciado essa ira (Rm 3.21-26). Com esta conclusão, exponho Romanos 1:18 da seguinte maneira.

    1. A provocação da ira de Deus – “...co…a toda impiedade e perversão dos homens...&r…o;

    2. A natureza da ira de Deus – “A ira de Deus se revela do céu”. A ira procede do ser ou da pessoa de Deus; é sua contínua e imutável reação ao mal.

    3. A ira de Deus manifestada – “A ira de Deus se revela” (continuamente).Apokaluptetai, “se revela”, é um verbo que está no presente contínuo. As manifestações do desagrado divino acontecem ao longo da História, e um estudo destas manifestações nos ajuda a compreender a realidade da ira de Deus.

    4. A propiciação da ira de Deus – “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé” (Rm 3.25). Somente o sangue expiatório de Cristo propicia a ira de Deus, e a justiça de Cristo, atribuída a nós, assegura-nos proteção permanentemente contra essa ira.

    1. A provocação da ira de Deus

    “...co…a toda impiedade e perversão dos homens...&r…o;


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  17. A impiedade é, na verdade, a ação de ser “antiDeus” e refere-se à inimizade e à perversidade, as quais abrem caminho para a injustiça (ilegalidade). A piedade age poderosamente como incentivo para a justiça de coração e de vida. Sua ausência deixa um vácuo que é facilmente preenchido pela injustiça. Onde não há temor a Deus, os desejos sensuais logo conduzem os homens a entregarem-se livremente a toda forma de perversão. A impiedade manifesta-se geralmente na forma de idolatria. No mundo pagão esta idolatria é expressa no serviço a ídolos e na escravidão a demônios associados a esses ídolos. Na sociedade ocidental, a idolatria manifesta-se na forma de mundanismo (servir ao mundo, ao invés de servir a Deus), ou seja, no satisfazer “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2.16).

    Visto que a impiedade afeta o próprio ser e caráter de Deus, ela provoca sua ira. Paulo declara que a ira de Deus se revela continuamente contra toda impiedade e perversão dos homens “que detêm a verdade pela injustiça”. Isso implica que os homens conhecem a verdade. Eles são convencidos pela verdade mas a abafam, restringindo-a ou empurrando-a para trás. Isto é verdade em relação a todos aqueles que praticam a impiedade, mas é verdade especialmente em relação aos judeus a quem Paulo se refere em Romanos 2 e 3. Os judeus tinham orgulho do seu conhecimento da verdade (Rm 2.20) mas desprezaram-na de tal maneira que provocaram nosso Senhor a proferir palavras de feroz indignação: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando!” (Mt 23.13)

    Todo pecado tem sua origem na apostasia do homem para com Deus. O pecado, então, aumenta e se multiplica à medida que as restrições de Deus sobre os pecadores diminuem. Finalmente, todo pecado tem sua consumação no fogo da ira de Deus. Todos os atos de ira e indignação neste mundo são apenas um prelúdio do estado final de ira que será revelado no “dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus” (Rm 2.5).

    O que ocorre não é que a ira cai sobre o pecado abstrato. A maioria das referências na Bíblia mostram explicitamente que a ira de Deus cai sobre os pecadores. “Aborreces a todos os que praticam a iniqüidade” (Sl 5.5). Há aproximadamente 26 passagens bíblicas declarando que Deus odeia pecados como divórcio, roubo, idolatria, etc. Destas, pelo menos 12 referem-se ao fato de que Deus odeia os próprios pecadores. Devemos observar também que toda expressão de ira na história deste mundo tem uma realidade escatológica (move-se em direção ao julga- mento final). Tudo está se movendo para aquele grande dia sobre o qual a Bíblia fala constantemente (Mt 25.31; Rm 2.5, 5.9; Ef 5.6; Hb 9.27; Ap 20.11). Naquele dia, tudo será revelado, e o lago de fogo se tornará um monumento permanente à justiça de Deus.

    Uma tremenda expressão de ódio para com Deus – ódio que tem como resultado a ira de Deus – é revelado em Apocalipse 20.8,9. Todos os exércitos e poderes do Anticristo se organizam contra o acampamento do povo de Deus. Os poderes da impiedade unidos avançam para atacar a noiva de Cristo. Ao examinarmos a batalha, vemos que, enquanto gloriosa santidade caracteriza a Divindade, ódio e feiúra são as marcas do inimigo. A ira de Deus se manifesta contra a impiedade – aquilo que guerreia contra Ele.

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  18. 2. A natureza da ira de Deus

    “A ira de Deus se revela do céu.”

    O castigo humano difere do castigo divino por sua natureza variável e inexata. Ao lidarmos com crime e castigo, pensamos geralmente em termos de reforma dos culpados e de proteção dos inocentes. A idéia de retribuição não é popular. No julgamento final, a ira divina será expressa somente em termos de retribuição. O inferno não será uma penitenciária, isto é, um lugar para correção. Dureza incorrigível caracterizará os ímpios. O castigo naquele dia será retribuição justa.

    Os magistrados são autorizados por Deus a punir (Rm 13.1-4), mas, em última instância, a retribuição, de acordo com a Bíblia, é função somente da Divindade. “A mim pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Rm 12.19; Hb 10.30). O papel da consciência é importante. Não há arrependimento no inferno (Ap 16.11); e a ira de Deus, na forma de castigo sem fim, será apoiada pela consciência humana que prestará testemunho e a aprovará na sentença condenadora.

    A realidade da ira de Deus levanta a questão de impassibilidade: encontramos em nossas declarações de fé a afirmação de que “Deus não tem partes ou paixões corporais”. Isto estabelece uma verdade importante designada a evitar qualquer idéia de que Deus seja instável ou sujeito às disposições ou distúrbios que nós mortais conhecemos. No entanto, seria desastroso concluir, por isso, que Deus é uma máquina sem sentimentos. Ele é eternamente santo e é perfeito no seu amor triúno. Vemos seus sentimentos expressos em Cristo, mas não é possível sabermos, de maneira prática, como Deus sente. Se a declaração “Deus é amor” tem algum significado, então, concluímos que Deus sente emoções à sua própria maneira infinita e imutável. Em nossa própria experiência, sentimos o amor de Deus de forma tangível, à medida que esse amor é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado (Rm 5.5). A língua bíblica principal é o hebraico. A palavra aphdenota raiva, estremecimento, (210 vezes); e chemah significa calor, ira, fúria (115 vezes). Vistas nos seus contextos, estas palavras demonstram claramente a mensagem de que Deus tem sentimentos fortíssimos em relação à maldade. O assunto obviamente precisa de exposição separada, na qual o maior cuidado é necessário para resguardar nosso ponto de vista da imutabilidade de Deus, e o nosso entendimento dEle como um Deus (sempre santo em Si mesmo) que é amor e ira.

    Sobre o assunto de ira e amor, Shedd comenta: “Estas duas emoções são reais e essenciais em Deus: uma é despertada pela justiça e a outra pelo pecado. A existência de uma necessita da existência da outra; as- sim, se não houver amor pela justiça, não haverá ódio pelo pecado; e, reciprocamente, se não houver ódio pelo pecado, não haverá justiça. A coexistência necessária destes senti- mentos é continuamente ensinada na Bíblia: ‘Vós que amais o Senhor, detestai o mal’ (Sl 97.10)”.

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  19. A perfeita compatibilidade entre a ira e o amor é vista na prova substitutiva de Cristo. Somente Ele poderia cumprir os requisitos da justiça. As ofertas queimadas de Levítico 1.1-9 eram completamente consumidas pelo fogo. Produziam um “aroma agradável ao Senhor”. O “agradável” é uma referência à total satisfação de justiça e não significa, nem por um momento, que Deus teve prazer nos sofrimentos de Cristo. Ele repugnava isto (lembremos a prova de Abraão, ao ser chamado para sacrificar Isaque) com perfeita repugnância, mas teve prazer na vindicação da justiça e no cumprimento da justiça representada na vitória de seu Filho. “A dor do Cordeiro em corpo e alma era tão imensa, que somente os poderes de uma pessoa divina poderiam suportá-la.”2 “Como sua alma fervia debaixo do fogo da ira, e seu sangue vazava através de todos os poros, por causa do extremo calor da chama.”

    Por causa destes interesses essenciais pela justiça, a ira de Deus veio sobre o Cordeiro, e podemos apenas concluir que essa ira é uma terrível realidade.

    3. A ira de Deus manifestada

    “A ira de Deus se revela (continuamente)...”

    Enquanto escrevo sobre essa ira, a mídia está trabalhando para expor ao mundo atrocidades que ocorrem em várias partes do mundo. A opinião mundial tem sido despertada rapidamente, exigindo que tome-se uma posição contra o grande número de mortes. A Bíblia fala clara- mente sobre acontecimentos desse tipo e sobre calamidades como guerras, fomes, enchentes, furacões e vulcões. A Bíblia avisa claramente sobre os fatos do julgamento de Deus na História.

    A queda de Adão e Eva. A primeira manifestação da ira de Deus é aquilo que veio como inexorável cumprimento de suas palavras: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). Os primeiros pecadores receberam sobre si mesmos uma maldição; a mulher foi amaldiçoada na principal órbita de sua vida e, de maneira semelhante, o homem. A terra também foi amaldiçoada. Todos os descendentes de Adão e Eva, por causa da Queda, são nascidos “na iniqüidade” (Sl 51.5). Toda pessoa que nasce neste mundo é culpada do pecado de Adão, ou seja, falta-lhe aquela justiça na qual Adão foi criado, e a pessoa é corrupta por natureza (Rm 5.12-21). Isto significa que toda pessoa nasce neste mundo como pecador e, conseqüentemente, a culpa clama por ira, devido aos pecados que ela comete cada vez mais. A demora na aplicação do castigo, expresso em Gênesis 2.17, é vista de várias maneiras. Adão não morreu fisicamente de imediato. O castigo de Caim pelo assassinato de Abel foi adiado, apesar de ser evidente que ele era um homem perverso. “A civilização caimita, descrita em Gênesis 4.16-24, foi ricamente abençoada com os benefícios da graça comum e se excedeu nos avanços tecnológicos e culturais. Ao mesmo tempo, essa civilização era protótipo de humanismo e impiedade.”

    O dilúvio nos dias de Noé. A decadência da humanidade, como conseqüência da Queda tem seu próprio comentário na observação feita por Jeová, ao reclamar que a inclinação do pensamento do coração do homem era somente maldade em todo o tempo! O pecado sempre traz consigo a reação da ira. O Senhor declarou: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei” (Gn 6.7). Os males da indiferença e do pecado caracterizaram a geração de Noé. A busca de atividades legais – comer, beber, construir, casar – se for seguida sem motivos teocêntricos provoca a ira de Deus. O aumento da criminalidade também foi um precursor do dilúvio. A terra estava cor- rompida à vista de Deus e cheia de violência; então, Deus disse a Noé: “Resolvi dar cabo de toda carne” (Gn 6.11-13). Referindo-se ao pecado de mundocentrismo nos dias de Noé, nosso Senhor declarou claramente que um estado semelhante de mundanismo precederá sua segunda vinda (Lc 17.26).

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  20. Sodoma e Gomorra. De acordo com Calvino, o caso de Sodoma foi trazido à atenção de Abraão, a fim de ensiná-lo que os sodomitas mereciam, com justiça, a sua destruição. “Ao dizer que ‘o clamor tem se multiplicado’, Deus indica quão doloroso são os pecados dos ímpios porque, apesar de prometerem impunidade para si mesmos, escondendo suas maldades, os seus pecados soarão nos ouvidos de Deus”.

    O horroroso mal que veio a ser chamado de “sodomia” foi revelado inteiramente na noite anterior ao dia em que Ló foi removido da cidade, quando “os homens daquela cidade cercaram a casa... assim os moços como os velhos” e exigiram abusar dos dois anjos (Gn 19.4). Romanos 1 mostra que este pecado em particular é um sinal de perversão, um sinal de que Deus tem entregado os homens à destruição. Paulo diz que é impossível para um homossexual herdar o reino de Deus, mas algumas pessoas em Corinto se arrependeram deste pecado e encontraram a salvação (1 Co 6.9-11).

    O caso de Sodoma nos ensina que os pecados que destroem a instituição da família e que tornam intolerável a vida de crianças exigem a ira de Deus. O alarmante abuso sexual de crianças, em nossos dias, certamente provoca a ira de Deus. O pecado dos amorreus se tornou insuportável, quando chegou ao seu auge, na época quando essa nação foi destruída por Israel. A invasão foi um ato de guerra mas também de justiça (Gn 15.16; 1 Rs 21.26; 2 Rs 21.11).

    A maneira pela qual as cidades da planície foram destruídas não é insignificante. Seus crimes exigiam um ato de indignação que foi manifestado por fogo do céu, não um fogo de aniquilação, e sim um fogo de tormento sem fim; este fato é apoiado por Judas 7: “Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição”.

    A ira caindo sobre os indivíduos. A ira de Deus é contínua na sua manifestação e universal na sua aplicação. Deus é um juiz justo, que manifesta sua ira todo o dia. Esta ira pode ser percebida na vida de pessoas como Acabe e Jezabel, no Antigo Testamento; e de Ananias e Safira, no Novo Testamento; e, mais tarde, na vida do Rei Herodes, que foi morto quando recebeu adoração que deveria ser prestada somente a Deus; e, na era moderna, na morte de ditadores como Hitler e os Ceaucescus.

    Nações e impérios. As nações e os impérios mundiais também são pesados na balança divina. Grandes trechos das mensagens proféticas são dedicados a este tema (Is 13-15; Jr 46-50; Ez 25-32 e Am 1-2). A obrigação de Naum era mostrar que a hora da ira de Deus havia chegado para Nínive, porque ela “vendia os povos com a sua prostituição e as gentes, com as suas feitiçarias” (Na 3.4). Por essas razões, “a sua cólera se derrama como fogo” (Na 1.6). Daniel 2 descreve o julgamento de Deus sobre quatro impérios orgulhosos que se sucederam, e todos foram totalmente destruídos.

    As setes taças da cólera de Deus. As taças de ouro de Apocalipse 16 são taças de ira. Alguns dos horrores dos julgamentos descritos de maneira simbólica no Apocalipse já estão, até certo ponto, presentes conosco. Seca, fome e poluição são terríveis realidades. Sempre pergunta-se porque Deus permite os terríveis desastres de guerras civis (no Sudão, durante 25 anos; em Moçambique, durante 16 anos; o conflito recente entre o Iraque e o Irã, etc.); fomes (como na Etiópia, no Sudão e na Somália); holocaustos (na Alemanha Nazista, na Rússia e, mais recentemente, no Camboja). Isaías 24.5-6a nos diz: “Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus mora- dores, porquanto transgridem as leis, violam estatutos, e quebram a aliança eterna. Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela se tornam culpados”.

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  21. A ira de Deus revelada contra seu povo eleito. O privilégio traz consigo a responsabilidade. A aliança de Deus resumida em Deuteronômio coloca bastante ênfase na importância da fidelidade. A fidelidade seria recompensada com abundante prosperidade. Para o povo de Deus, a regra seria “emprestarás a muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado” (Dt 28.12). Por outro lado, a desobediência, especialmente se fosse no caso de servir a ídolos imprestáveis, provocaria o ciúme do Senhor e acenderia o fogo da sua ira (Dt 32.21-24).

    Talvez a alegoria da infiel Jerusalém, registrada em Ezequiel 16, forneça a mais marcante lição de ira. Esta foi provocada pela promiscuidade e prostituição de Israel. Tendo sido removida do campo onde havia sido lançada na sua infância, e onde revolvia-se no sangue sem ter sido cortado o seu cordão umbilical, Jerusalém foi embelecida pelo seu Salvador e amante. Mas ela tinha dormido com seus vizinhos lascivos de todos os lados. Por isso, Ele diz: “Te farei vítima de furor e de ciúme” (Ez 16.38).

    O paralelo no Novo Testamento encontra-se em Hebreus 6 e 10. A justiça de Deus é proporcional à responsabilidade humana. Aqueles que fazem profissão de fé, tornam-se membros da igreja, recebem a luz, o ensino e os benefícios do evangelho e depois rejeitam esses privilégios serão devidamente punidos: “De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei’. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.29-31).

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  22. 4. A propiciação da ira de Deus

    “A quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé” (Rm 3.25).

    Nada é tão inescrutável ou tão maravilhosamente eficaz como o sacrifício vicário de Cristo, realizado de uma vez por todas, para propiciar a ira de Deus. Tão terrível foi essa ira que até mesmo Cristo, que conhecia todas as coisas, quando estava para tomar o cálice da ira, disse: “A minha alma está profundamente triste até à morte” (Mc 14.34).

    Na sua exposição de Isaías 53. 10: “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”, Manton disse: “Então, aprenda: (a) a total impiedade do pecado, custou a Cristo uma vida de sofrimento, – uma dolorosa, vergonhosa, amaldiçoada morte e uma incrível com- preensão da ira de Deus, a fim de reconciliar pecadores; (b) O temor da ira de Deus fez com que Cristo morresse; (c) a extensão das nossas obrigações para com Cristo fez com que Ele condescendesse em suportar a ira de Deus; (d) devemos estar prontos a sofrer qualquer coisa por Cristo. Visto que Ele suportou a raiva e a ira de Deus por nossa causa, não suportaremos a raiva e a ira dos homens por causa de Cristo?”

    Propiciar (do latim propitiare) significa apaziguar, tornar favorável ou conciliar. Envolve o elemento pessoal. Uma pessoa ofendida é conciliada. Deus é propiciado no sentido em que sua ira é removida.

    A dádiva de Cristo como nossa propiciação é a mais completa expressão do amor de Deus. “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o seu filho como propiciação pelos nossos pecados“ (1Jo 4.10). Aqui está o amor eficaz, um amor determinado a salvar, um amor que foi tão longe, a ponto de transferir a ira dos que a mereciam para Aquele que nos amou de tal maneira que somente Ele estava preparado a suportá-la. Com base na mesma propiciação, toda a graça comum e benevolente é manifestada; a ira, contida e o julgamento, adiado. “Todos os favores que até os ímpios recebem neste mundo”, diz John Murray, “estão relacionados de alguma forma à expiação, e pode-se dizer que têm sua origem nela”.7

    Conclusão

    A realidade da ira de Deus como um atributo, uma parte essencial e intrínseca do seu Ser, deve agir como defesa contra o ensino falso e idéias sem fundamento no sentido de que não há inferno. A ira de Deus vista nos atos históricos de julgamento deve servir também para nos fortalecer contra as influências do liberalismo ético. A verdade de que a ira de Deus permanece sobre os homens deve induzir-nos a compartilhar o evangelho com eles. É notável que uma recessão no fervor missionário pode ser atribuída à mudança de atitude nos pregadores em afastarem-se da ênfase sobre esse tema que caracterizava nossos antepassados evangélicos. A propiciação realizada pela cruz de Cristo é, em si mesma, um testemunho sobre a realidade da ira divina. Essa ira, e a propiciação que a silencia, deve impelir-nos, com todos os recursos disponíveis, à evangelização do mundo. (Erroll Hulse).

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