sábado, 21 de abril de 2012

O VELHO ÓRGÃO

Velho órgão da ICE de Pedreiras
O órgão de fole é um instrumento musical tocado por meio de um teclado manual e duas pedaleiras. O som é produzido pela passagem do vento (ar comprimido) através de tubos de metal e madeira. Dadas as suas características acústicas e técnicas, o órgão é ideal para acompanhar vozes humanas, quer uma assembleia, um coro ou um cantor solista, como para tocar a solo, dando um concerto ou substituindo uma orquestra. Por essa razão o órgão adquiriu, ao longo dos séculos, uma forte índole sacra. Os órgãos variam imensamente em tamanho, indo desde uma pequena caixa até a monumentais tamanhos. Encontravam-se sobretudos nas igrejas, mas também em salas de concertos, escolas e casas particulares. O órgão é um dos instrumentos musicais mais antigos da tradição musical das igrejas, ocupou um lugar de destaque na Liturgia Cristã durante anos.
Mas hoje está guardado em um canto do pavilhão ou no depósito da igreja.  Quase ninguém liga para ele.  Esta geração mais nova que não conheceu a sua importância  não sente nenhum atrativo que desperte interesse para aprender a tocar.  Mas ele teve o seu tempo áureo dando a sua contribuição, enriquecendo o culto  e oferecendo uma atmosfera de espiritualidade na igreja.
O primeiro órgão que conheci quando adolescente recém-convertido, foi o do Missionário Wesley Gould em Piracuruca, que embora  não tivesse muita  habilidade no seu teclado, despertava admiração em vê-lo tocar. Talvez eu fosse o rapazinho que mais apreciava. Eu morava em Batalha, uma cidade pequena  do interior do Piauí onde essas novidades nunca chegavam.  Algum tempo depois,  Conheci  também o instrumento  na igreja de Barra do Corda,Maranhão  tocado pelas  missionárias do Internato Maranata nos dias de domingo e por Vidalgan ao ensaiar o coral. Em Grajaú,  D. Leile, era a organista. Na Igreja da Rua Cândido Ribeiro, centro de São Luís,  era executado  pelas missionárias do Seminário.  Lembro-me da maestria com que D. Margareth do Seminário tocava o seu.  Na igreja de Parnaíba existia também um, o cupim comeu a madeira.    Acredito que nenhuma igreja manteve o velho instrumento em tão perfeito estado de conservação, quanto a Igreja de Pedreiras, Maranhão, onde estive recentemente. Vendo  o velho instrumento, me vieram tantas recordações do tempo que por ali passei como pastor. Parecia estar vendo a irmã Glória Cantanhede, tocando e ensaiando conosco os belos hinos do coral.
No Brasil, o órgão era um instrumento  raro e de alto preço, fabricado no Rio Grande do Sul, por isso só as igrejas maiores  e pessoas de melhor condição financeira podiam adquirir.
Somente com a conversão de Luiz de Carvalho coube a ele alguns pioneirismos como gravar o primeiro LP  evangélico, introduzir o violão nos cultos, nos idos de 1950 quando este instrumento era considerado profano por ser associado à boêmia, jamais poderia ser usado no louvor a Deus.  Assim outros instrumentos foram sendo introduzidos até agora,  chegando  onde chegamos.  É comum se ver nas igrejas no lugar do púlpito um palco para apresentação das bandas musicais que por sua vez  na hora do louvor utilizam os mesmos ritmos, coreografias e instrumentos utilizados nas apresentações seculares. 
O velho e abandonado instrumento deu espaço para os novos teclados eletrônicos, com seus muitos e belíssimos recursos com  sintetizadores,  que oferecem sons perfeitos de muitos instrumentos, ritmos, acompanhamentos   percussão e bateria com alta precisão, substituindo até orquestras.   

Um comentário:

  1. É uma pena um instrumento, tão belíssimo deste ser esquecido não deveria ter acontecido isto eu sou apaixonado por este belíssimo harmoniun de de fole,eu teria uns 10 se poudece.miuito lindo os timbres dele.

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