Ficou
evidente na celebração do dia 07 de setembro de 2021, uma atmosfera jamais
vista em nossa história. De um lado uma gigantesca massa de conservadores
entendeu o papel decisivo a ser desempenhado, com o objetivo de não permitir
que a nação sucumba a agenda progressista. Do outro lado, cristãos, igualmente,
conservadores que o momento é apenas para orar. Vejamos em linhas gerais contra
o que os cristãos têm se posicionado:
A)
Um projeto abortista que em nome do empoderamento feminino sacrifica vidas inocentes
e totalmente indefesas. O tal emponderamento feminino, nada mais é que um
movimento capitaneado por um reduzido grupo de mulheres, a rigor, mal
resolvidas que intencionam, via revolução destruir os valores judaicos/cristãos
formatadores de nossa sociedade.
B)
A erotização de crianças e adolescentes através da inserção de conteúdos
inadequados ao processo de educação aos quais são submetidos pelo Estado.
C)
A desconstrução da família nos moldes da cultura judaico/cristã e sua
substituição por um modelo, no qual ninguém é de ninguém e toda forma de
"amar" é válida: homem com homem, mulher com mulher; seres humanos
com animais, objetos, ou qualquer fenômeno que apetecer à mente doentia destas
pessoas.
D)
A descriminalização de drogas alucinógenas.
E)
A naturalização de crimes contra o patrimônio, por entender que isto resulta de
estruturas sociais injustas.
F)
O "Controle social da mídia". Nome bonito para censura, a fim de não
permitir críticas ao sistema de iniquidade operante.
G)
O cerceamento da liberdade religiosa, sobretudo, do cristianismo em geral.
H)
A defesa e imposição de uma cultura homossexual, ferindo de morte a liberdade
religiosa, notadamente a fé cristã, posto que o Livro Sagrado do Cristianismo
reputa tal prática como inadequada aos olhos de Deus.
I)
O reconhecimento, defesa e patrocínio da prostituição como expressão legítima
de quem deseja comercializar o corpo.
J)
O aparelhamento de todos os poderes da República com a intenção de fazê-los
servir ao sistema de iniquidade nesse ambiente de reengenharia social que tenta
se impor.
L)
A subversão de valores judaicos/cristãos que, historicamente, formataram nossa
sociedade.
Diante
desse grotesco cenário, os cristãos não contam apenas com a faculdade, mas com
o dever de orar clamorosamente a Deus; porquanto, como Senhor da história, Ele
permanece no controle soberano de todas as coisas. Contudo, é imperioso anotar
que O Deus que incentiva e ordena orar (cf. 2Cr. 7:14; Lc. 18: 1-8; Ef. 6:18;
Fp. 4:6; Cl. 4:2; 1Ts. 5:17; etc.); também incentiva e ordena
que seu povo, movido pela fé, aja de tal maneira que a oração se veicule como a
mais absoluta verdade em sua vida. Ou seja, ao pedir a Deus que transforme o
mundo iníquo no qual vive, cada cristão deve se colocar como soldado desta
causa e trabalhar para que os valores do Reino divino se embrenhem em toda a
estrutura pecaminosa do reino das trevas e altere sua forma de ser.
A
Noé, Deus ordenou que fizesse a Arca (Gn. 6:14). Abraão foi ordenado que saísse
do lugar onde estava (Gn. 12:1). Moisés recebeu a dolorosa incumbência de
enfrentar Faraó e guiar o povo pelo deserto (Ex. Capítulo 3 em diante). João
Batista, seguramente, orava a Deus, no entanto, saía "as ruas"
denunciando o pecado de Herodes (Mc. 6:14-29). Jesus desafiou as autoridades de
seu tempo por terem corrompido a religião e o modo como deveriam se relacionar
com o Pai (Mc. 11: 12-33). O Senhor ainda ordenou seus discípulos a orarem e
vigiarem (Mt. 26:41); isto é, devem apresentar suas demandas a Deus, ao tempo
que vigiam, ou seja: oram e agem. Paulo, por diversas vezes orientou o povo a
orar, porém, jamais se omitiu de ações concretas promotoras de transformações
no espaço/tempo vivido por ele. Paulo diz: orem para Deus suprir as
necessidades dos pobres, mas metam a mão no bolso e ofertem; orem para que não
lhes falte nada, mas trabalhem para conseguir. Em viagem para Roma, dentro de
um navio, o destemido apóstolo foi visitado por um anjo (cf. At. 27:23-27).
Quando o navio foi estilhaçado pelas ondas, Paulo, juntamente com os outros, se
agarraram às tábuas e destroços da embarcação, a fim de salvarem suas vidas.
Mesmo tendo orado e sido visitado por Deus, Paulo, colocou sua fé em movimento
ao agir nadando contra as fortes ondas. Oração e ação, dois lados da mesma
moeda.
Acredito
piamente que a oração foi entregue ao povo de Deus como forma de se relacionar
e depender do Senhor enquanto o cristão vive neste mundo. Entretanto, o farto
testemunho bíblico pinta um quadro no qual oração e ação estão em plena
harmonia de cores. Usar apenas uma das cores, desbota o quadro inteiro.
O
Brasil passa por um momento conturbadíssimo e não foi a igreja ou o povo de
Deus que o lançou nessa horrorosa situação. A igreja, notadamente, cristãos
movidos por um visceral compromisso com os valores bíblicos, entendeu que o
império da iniquidade, travestido de ideologia progressista, tenta se
assenhorear de nossa nação. Neste sentido, esse povo tem orado, jejuado e se
colocado em inteira dependência de Deus; assim sendo, cioso de sua
responsabilidade para com essa geração, os cristãos resolveram marchar. Esse
não é tempo somente de quarto, de orações ensimesmadas, de diversões ou ações
que podemos e devemos realizar em todo o tempo. Esse tempo é tempo de levantar
a voz com a Boa Palavra do Senhor, denunciar o pecado não apenas do mundo,
declaradamente inimigo de Deus, mas também confrontar àqueles que se dizendo
irmãos, apoiam e defendem a causa do inimigo. Chega de, em nome de um falso
amor tolerar quem fala em fraternidade, amor tolerância, porém em radical contrariedade
ao Deus prescreve em sua Palavra. Nesse tempo da tanta convulsão, a igreja deve
falar com Deus e d’Ele depender, a fim de falar ao povo que se arrependa,
porquanto, se a voz do povo de Deus silenciar, a voz do maligno tentará se
impor como legítima voz do povo.
Orar
é maravilhoso, correto e bom, no entanto, a oração não pode ser transformada em
uma (IN)CÔMODA forma de nos eximirmos da responsabilidade de agir. Já pensou se
todos os personagens bíblicos que citei tivessem decidido apenas orar, cruzar
os braços e deixar que as coisas acontecessem? Reitero minha integral confiança
na doutrina da SOBERANIA divina, todavia, cumpre ressaltar que em sua
SOBERANIA, Deus incluiu a ação do ser humano de tal maneira em seu projeto que
Ele usa seu povo para realização de seu propósito.
Portanto,
à semelhança do povo israelita que orou ao Senhor clamando por sua intervenção,
quando fugia do Egito, ouçamos a voz do Senhor dizendo: “Diz ao povo que
marche” (Gn. 1415).
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Inácio Pimentel |