HISTÓRICO DO MISSIONÁRIO EDMUNDO NORWOOD

O Missionário Edmund Norwood nasceu em 11 de abril de 1935 na própria casa dos pais em Belfast, Irlanda do Norte. Perdeu sua mãe aos 7 anos de idade, quando foi enviado para um internato. Seu pai casou novamente e foi morar com a família na Austrália e ele ficou morando com uma tia em Belfast.  Trabalhou até os 17 anos em uma indústria hoteleira e ao completar 18 anos ingressou na Marinha Mercante da Irlanda do Norte e trabalhou por nove meses viajando por todo o mundo. De volta a Belfast, aceitou a Cristo através do seu tio que era pastor de uma pequena igreja local. Foi então que ficou interessado no trabalho missionário.  Comecou a buscar a vontade do Senhor para sua vida e foi desafiado pela necessidade em diferentes partes do mundo.
Participando de uma conferência missionária em Bangor, o Senhor lhe falou através de um versículo em Mat. 21 v 3 "Jesus enviou dois discípulos para irem a uma vila e encontrariam um burro amarrado e um potro com ele. Eles deveriam libertá-lo e leva-lo para Jesus, e se alguém tentasse impedi-los, dissessem: " O Senhor precisa ”.
Quando o apelo foi feito no final do culto, o jovem Edmundo respondeu ao desafio. Na mesma conferência, tornou-se amigo de um grupo de estudantes do Colégio Bíblico do País de Gales que lhe incentivaram a ir a esse colégio para se preparar para o trabalho missionário.  Foi estudando naquela escola de 1953 a 1956 que o Senhor, de várias maneiras, colocou o fardo do Brasil em seu coração e por meio de Sua Palavra, ouvindo os missionários, finalmente confirmou seu chamado para trabalhar na terra do Brasil.
Na faculdade, trabalhou para pagar suas taxas, portanto o dinheiro era escasso!  Um dia ele orou para que Deus lhe desse um meio de aprender mais sobre a terra para a qual ele havia lhe chamado. Um dia, procurando uma bola perdida no fundo de uma velha garagem,  deparou-se com ela cercada por livros. O primeiro livro que levantou tinha escrito na capa: “Ensina-se Português”. Esse mesmo livro ele já tinha visto em uma livraria local e teve interesse, mas não tinha dinheiro para comprá-lo na época. Então, entendeu que  essa foi outra confirmação do chamado de Deus para o Brasil.
Após a conclusão do Bible College, estudou em Londres na “Escola Missionária de Medicina” por um ano.  Foi aceito pela UFM (Unevangelized  Field Mission) em Londres em 1958 para o Brasil e, mais tarde naquele ano, viajou de Liverpool para o Brasil, numa jornada de 5 semanas.  Na mesma viagem no navio vinham Horace e Eva Banner, três outras senhoras missionárias e um grande grupo de padres católicos romanos, cujo líder dividia seu camarote com Edmundo e tiveram muitas conversas espirituais profundas!
De chegada ao Brasil desembarcou em Belém onde depois de estudar o idioma  passou algum tempo estagiando em uma pequena igreja para melhor desenvolver o aprendizado da língua. Depois disso, na Conferência Anual da Missão em Belém, foi designado para Piracuruca Piauí para trabalhar com Joao e Olívia Sessoms, depois com  Wesley e Winnie Gould. Enquanto isso ia se aperfeiçoando na língua e cultura brasileira. Edmundo trabalhou também com Martin Snow entre os índios Guajajara em Grajaú, Maranhão, uma pequena temporada.
No final de 1959, em Piracuruca, um carro parou quando Edmundo atravessava a rua e  o motorista lhe  perguntou o caminho para Batalha. Edmundo, a partir dali começou a ter interesse de conhecer aquela cidade e levar o evangelho. Soube  que na pequena cidade não havia trabalho evangélico e resolveu com o missionário João Sessoms e o Dr. Gamaliel, (que era um veterinário funcionário do Estado, crente presbiteriano que cooperava com os missionários,) e foram conhecer a cidade de Batalha. Resultado: encontraram um povo carente e interessado em ouvir a Palavra de Deus que foi pregada naquela noite, mas uma forte oposição por parte da Igreja Católica foi desencadeada, entretanto com a continuação das visitas, uma congregação foi organizada. Com a conversão do Sr. Fausto Rocha e outros crentes o trabalho se fortaleceu a cada dia.  O Pr. Lucimar Rocha é fruto daquele trabalho.
No final de 1962, Edmundo retornou à Irlanda do Norte onde conheceu Marie Patton, em sua igreja que já havia frequentado cursos noturnos no Colégio Bíblico de Belfast. Ficaram noivos em setembro de 1963 e, enquanto Marie continuava estudando por mais 2 anos no Bible College of Wales, Swansea, voltou ao Brasil em janeiro de 1964,  e ficou um tempo em Parnaiba.
Retornando à Irlanda em julho de 1965 Edmundo e Marie se casaram em 20 de outubro e partiram para o Brasil em 9 de janeiro de 1966. Trabalhou como Gerente de Negócios na MICEB enquanto Marie estudava o idioma na escola linguística já com o primeiro filho, David Edmund. Edmundo e Marie com David, seu filho de cinco meses, chegaram a Piracuruca em janeiro de1967 onde realizaram grande ministério com muitas conversões, atendendo também a congregação de Batalha, onde construiu um pequeno templo no mesmo ano  com condição de congregar os irmãos.  Assim a família passou os anos mais felizes de suas vidas ao servindo o Senhor  no Piauí.  
Em 1969, a Igreja de Piracuruca estava em condição de receber um pastor brasileiro, que foi o Pr. Rivaldo Melo e Floripes Lucena. Era hora da família voltar à Irlanda do Norte já com sua filhinha Ângela Joy  para um tempo de visitas.    De volta novamente ao Brasil a família foi designada para o Seminário em São Luís em 1970 onde passou dois anos. Durante o seu período no Seminário, seu filho Paul Samuel nasceu. Edmundo gostava mesmo era de abrir campos e plantação de igrejas. Embora tenha agradecido ao Senhor por um tempo de grande bênção no Seminário, era hora de seguir para Teresina, onde já existia um grupo de irmãos vindos de Parnaíba já se  congregando. 
Chega em terras piauienses novamente em novembro de 1972.  O Senhor o levou a alugar uma casa num bairro muito pobre no Pirajá,  onde não havia nenhum igreja. Alguns cristãos de Parnaíba moravam nas proximidades (Dona Luísa Praxede e seu esposo Manoel Sena e alguns outros). Após muita visita, iniciaram os cultos em sua casa. Os adultos se encontravam na varanda e as crianças se encontravam dentro de casa. Também realizavam trabalhos no bairro Buenos Aires e reuniões ao ar livre nos bairros vizinhos. Era uma área muito difícil, muitos vizinhos estavam envolvidos na prostituição e outros na macumba. Muitas vezes, procissões católicas romanas passavam por sua casa e também um caminhão semanal de pessoas vestidas de preto (médicos, advogados, profissionais) indo para um centro de macumba na periferia da cidade, onde as batidas de tambor e cantos altos podiam ser ouvidos durante toda a noite!
Deus começou a trabalhar e pouco a pouco as pessoas vieram a Cristo e a igreja começou a crescer até que puderam comprar um terreno na Rua Rui Barbosa – rua principal que levava ao centro de Teresina. Ao virar da esquina, de propriedade de um pequeno chinês. os crentes começaram a construção de uma pequena igreja de Barro. Houve um grande regozijo na conclusão de nossa igreja e tivemos um culto de batismo no rio Parnaíba. Uma grande multidão compareceu quando vários crentes foram batizados, embora também houvesse um grupo que zombava e zombava! Muitos outros continuaram a ouvir o evangelho sendo pregado.
Agora vamos ler o que o próprio missionário Edmundo Norwood escreve:
“O Senhor continuou a abençoar em todos os aspectos do trabalho da igreja e foi encorajador ver um grande número de crianças que frequentavam a escola dominical realizada no quintal da igreja e a participação de tantas pessoas na reunião dos jovens. No entanto, a oposição continuou!
Uma noite, quando Marie estava na cozinha, cuja janela ficava a poucos metros da janela do vizinho, ela começou a se sentir desconfortável quando a fumaça começou a encher a sala com um cheiro estranho! Ela me ligou e eu saí para ver o que estava acontecendo. Um grande grupo se reuniu do lado de fora da casa de nosso vizinho, onde um médium espirita queimava incenso e cantava para se livrar dos espíritos malignos que ela acreditava estarem entrando por causa dos "protestantes" !! Eles estavam realizando esse ritual enquanto a dona da casa estava fora, como ela havia comparecido a um dos cultos! O médium me confrontou  na rua e gritou "você acha que seu Deus é todo poderoso, mas mostraremos que nosso deus é mais poderoso" Marie ficou muito perturbada com esse incidente!
Pouco tempo depois, choveu muito e, por volta das 5 da manhã do sábado anterior à Páscoa (Sábado de Aleluia), foram despertados por uma batida forte na janela pelo homenzinho chinês que morava em frente à igreja, gritando “venha depressa, a igreja caiu ". Eu e Marie ficamos absolutamente arrasados e, enquanto isso a chuva continuava. O desabamento da igreja foi anunciado na estação de rádio local que comentava que os transeuntes estavam a caminho do trabalho, apontando para ela, rindo e zombando da igreja dos protestantes que havia sido destruída!  A viga principal desabou e caiu sobre o púlpito de madeira, que ficou destruido. Se tivesse acontecido na noite anterior, eu estaria lá, então Deus foi louvado por sua proteção por todos os que estavam na igreja ”. Todos os crentes se reuniram e, em poucas semanas, a igreja foi reconstruída.
Deus trabalhou de uma maneira poderosa e, apesar da oposição, muitas pessoas foram evangelizadas e convertidas acrescentando o número dos crentes  à igreja.
Alguns meses depois, enquanto estavamos na Irlanda do Norte, Marie deu à luz outra filha, Michelle Marie, que viveu tristemente apenas alguns dias antes de o Senhor a levar para casa! Isso foi seguido não muito depois pela morte da mãe de Marie, com apenas 53 anos de idade! Este foi um período muito difícil para a família Norwood.  
Ao retornar ao trabalho em Teresina no ano seguinte, outro de nossos filhos, Stephen, com um dia de idade, foi levado à presença do Senhor! Devido ao  stress das circunstâncias e sofrimentos.  A necessidade de Marie fazer uma cirurgia, a família foi a Irlanda do Norte para um período de recuperação e buscando a vontade do Senhor para o futuro ministério no Brasil, deixando a obra em Teresina nas mãos dos missionários Wesley e Winnie Gould.
De retorno ao Brasil novamente, foram convidados pela missão para assumir a Base Missionária em Belém como diretor da escola linguística, onde mais de 20 missionários dos EUA e da Holanda estavam aprendendo português. Nos fins de semana, eu pregava nas várias igrejas e, durante a semana, Marie ajudava na Amazon Valley Academy,  escola missionária onde David, Angela e Paul continuaram seus estudos. Gostaram do novo  trabalho, mas o meu coração estava mais em evangelismo.
A MICEB estava  começando uma divulgação em um novo conjunto habitacional na Cidade Nova, (hoje Cidade Nova 5) na garagem da casa de Mary West. Alfred e Mavis Sutton ajudaram por um curto período de tempo antes de se aposentarem.
Em 1980,  senti que o Senhor estava nos levando a continuar esse trabalho com a ajuda de Mary West. Fizemos muitas visitas porta a porta para conhecermos os vizinhos e também muitas reuniões abertas na localidade. Muito lentamente, vimos  o Senhor trabalhando na salvação de almas preciosas, entre as quais o vizinho Senhor José Mota, sua esposa Dona Socorro e seus filhos.
Em 19 de setembro de 1981, fui convidado pelo pastor Lucimar Rocha para pregar nos cultos especiais de aniversário da igreja em Parintins, no Rio Amazonas.
Eu  e Cosmo de Sousa, cantor evangélico, que havia gravado alguns discos, era o cantor convidado e combinamos de nos encontrarmos em Belém e de lá viajarmos de avião para Santarém,  onde passaríamos a noite, pretendendo pegar um barco no dia seguinte para Parintins.
Porém, quando chegamos ao Porto, o barco estava com problemas mecânicos e os passageiros estavam sendo transferidos para outro barco “O Sobral Santos”, que não sairia por várias horas! “Isso significaria que perderíamos a noite de abertura da conferencia, por isso telefonamos para o pastor Lucimar e, como eles estavam ansiosos para que estivéssemos lá na noite de abertura, fretaram um teco teco e providenciaram que voássemos para lá nesse pequeno avião,”
Na reunião daquela noite em minha mensagem, compartilhei com a congregação um versículo de João 13 v 7 “O que eu faço não sabe agora, compreende-lo-às depois”. Muito cedo, na manhã seguinte, o pastor nos chamou e com grande emoção nos contou as más notícias de que o Sobral Santos havia afundado no porto logo abaixo do rio em Óbidos quando as pessoas estavam desembarcando e houve uma grande perda de vidas! Mais de 300 pessoas foram afogadas, entre elas alguns dos fiéis de nossa igreja em Parintins. Houve um grande luto na cidade quando visitamos muitas casas de membros da igreja, oramos com eles e oferecemos palavras de conforto.
Alguns mencionaram o versículo de João 13 da noite preciosa que lhes foi consoladora.  
Deus abençoou ricamente a família naquele novo trabalho que cada dia crescia. Foi criado o departamento de Cadetes a Jato e Jovens. Muitas pessoas chegaram para a igreja através de conversões.  Mas era chegado o tempo da nossa família voltar  para a Irlanda. A princípio, não definitivamente. Eu  ainda voltei para renovar visto, entretanto era chegada a hora de encerrar nossas atividades no Brasil sob as bênçãos daquele que nos vocacionou, chamou e preparou todos os detalhes para nossa vinda e ministério muito frutífero nas terras brasileiras.
Ao retornar do Brasil,  Marie foi convidada pela missão para me tornar Diretora do Lar, viajando por toda a Irlanda, para promover o trabalho da Missão pela UFM em muitas partes do mundo. Devido às circunstâncias de nossa casa na época e apesar da grande tristeza de deixar o Brasil, acreditávamos que essa era a vontade do Senhor para nós!
Tivemos o grande privilégio de visitar o Brasil duas vezes desde então. Em primeiro lugar, nos anos noventa, visitando o Piauí e o Pará e vários anos indo para o Piauí, onde ficamos absolutamente impressionados com a grande recepção e foi muito encorajador ver como o Senhor estava trabalhando e o crescimento nas igrejas por onde tínhamos passado. 
David, Paul e Angela já foram visitados em vários momentos. Ângela visitou recentemente sua família e teve a maravilhosa experiência de frequentar a Igreja Cidade Nova 5 no domingo de manhã, revivendo memórias antigas, e ficou encantada ao ver como a igreja havia se desenvolvido.

Edmundo e Marie Norwood
Irlanda do Norte
Janeiro de 2020   Para o REPÓRTER DE DEUS

CONHEÇA MELHOR O PASTOR ADÃO BARROS CARREIRO

O Repórter de Deus presta uma homenagem ao Pastor Adão Barros Carreiro na data do seu aniversário de 75 anos de idade em plena forma empenhado na obra do Senhor.

Biografia do Pr. Adão Barros Carreiro

Oriundo de uma família sertaneja, nasceu Adão Barros Carreiro,  em 21 de Abril de 1945 na localidade interiorana de Boa Esperança  perto do povoado Santa Teresa na região de São Domingos do Azeitão, Maranhão, hoje cidade, que na época pertencia ao município  de Benedito Leite. 

Seus pais senhor João Batista Carreiro Varão e sua mãe dona Elzira Rosa de Barros  tiveram 14 filhos, sendo que quatro destes faleceram na infância.   Dos  10 irmãos,  5 mulheres e 5 homens era o quarto filho e o mais velho dos homens.

Seu Batista era um homem de traços interioranos, carregava o orgulho de ser um dos homens mais respeitados e honrados do seu torrão. Homem trabalhador cumpridor de seus deveres, cidadão de caráter impoluto,  serio em todos os seus negócios e estimado como pai de família, adjetivos estes que o quarto  filho também mais tarde seria reconhecido.

Adão começou a trabalhar muito cedo na vida. Ajudava seu pai nos serviços ásperos da roça, na plantação, na capina, na colheita, na criação de animais bovinos, caprinos, suínos e criação de galinhas. A casa de fazenda do seu Batista era de fato uma casa farta e acolhedora.

Não conhecendo nenhum crente na região, Adão aprendeu a ser muito católico e se tornou acólito e na ausência do Padre João, da Paróquia de  São João dos Patos, rezava os terços com a pequena comunidade de fiéis.  Lembra Adão que uma vez bagunçou um “culto dos crentes” passando pelo meio do culto com um comboio de animais quatro jumentos e um burro. Disto Adão tem arrependimento.

A região em que a família do seu Batista morava já pelos anos 1958 a 1961 não estava nada bem, pois a produção de cereais havia caído muito em decorrência do desequilíbrio das chuvas e ainda as pragas de gafanhotos deram muito prejuízo ao produtor por três anos seguidos.  Este fato provocou a mudança da família com os animais para o povoado Ipiranga, município de Barra do Corda,  muito distante cerca de 90 quilômetros. Foi muito difícil aquela fase para a família inteira, que teve deixar o convívio dos parentes, amigos, colegas de infância e se foram a cavalos, e a  jumentos tocando principalmente os animais  graúdos para uma terra desconhecida, povo desconhecido, mas com muita esperança de encontrar boas terras  com pastagens e muita água para os rebanhos.  Muitos dias de viagem, sofrimentos, paradas para pernoitar aqui e acolá e descansar os animais.   Enfim, chegaram ao Ipiranga, um povoado próspero à margem do famoso Rio Mearim, por onde passavam semanalmente as balsas vindas de  Pedreiras e Barra do Corda com mercadorias e passageiros. Agora tudo era diferente.   Seu Batista, que já havia vindo uma vez para espiar a terra, tendo gostado comprou uma área muito grande de hequitares banhadas pelo rio para os rebanhos e fazer suas roças e uma grande casa para a família morar.

No povoado existia uma grande Igreja Cristã Evangélica, que era pastoreada pelo Pr. Olívio Alencar e mantinha uma escola anexa.  Ali o seu Batista matriculou seus filhos. O jovem Adão estudou dois anos onde teve os primeiros contatos com a Bíblia, com o evangelho e com os crentes.   Tendo conhecimento da Escola Normal Regional Maranata em Barra do Corda, dois anos depois, em 1963 foi estudar  ali  na escola dos gringos, levando alguns irmãos, onde o curso era mais avançado.  Depois sua mãe Dona Elzira foi também morar na cidade para cuidar dos filhos onde todos já estavam estudando. Seu Batista de mês em mês aparecia por lá levando todo o mantimento para o sustento da família.

Em 1966 eu chego à Barra do Corda para também estudar na agora Escola Normal Ginasial Maranata, onde fiquei interno por dois anos. Foi quando conheci Adão e tornamo-nos colegas de classe. Dali para a frente iriamos ser grandes amigos e colegas de estudos até o final do curso do Seminário em São Luís e até hoje como colegas de ministério pastoral. Como nos identificamos muito no meu último ano em Barra do Corda, não mais fiquei interno.  A convite de Adão fui   morar com a família Barros Carreiro durante aquele ano. Tornei-me muito ativo na igreja   onde fui presidente da mocidade, participava do coral e viajava com Adão de bicicleta para evangelizar nos bairros e nos interiores. Fizemos várias viagens com os jovens para Tuntum, Colinas e Grajaú no caminhão do seu Henrique Jorge, memoráveis viagens.    Éramos candidatos ao ministério. Terminamos o curso em 1968 em Barra do Corda. No ano seguinte fui para o Seminário, e Adão foi para Governador Valadares, por insistência de familiares para ficar com alguns dos seus irmãos que já trabalhavam e moravam naquela cidade mineira. Adão não se adaptou, tinha sido chamado para o ministério na noite do banquete de formatura da turma do ano de 1967. Só passou um ano.  Assumiu o chamado de Deus e obedeceu vindo para São Luís do Maranhão onde eu já havia feito o primeiro ano.

Bem antes de seguir para o Seminário,  Adão conheceu em Barra do Corda, já terminando o seu curso na Escola Normal  Maranata, a recém formada do Seminário  Iraci Ferreira da Silva, de família tradicional da igreja, e mais tarde começaram um namoro. Adão se empolga muito quando fala desse tempo... das serenatas que nós fazíamos  em companhia também do Vidalgan na janela do seu Manoel Dodô, pai de Iraci... dos antigos LPs de Luiz de Carvalho rodando na pequena radiola a pilha do nosso amigo Vidalgan: “Ao teu lado quero estar....  sempre mais a ti Amar...”  No outro dia saiam os comentários...  vocês ouviram a serenata?  Que tempo bom!

Quando o Adão voltou de governador Valadares, em fevereiro de 1970 foi estudar para ser pastor. Quando o vi chegar ao Seminário, foi a maior alegria para mim, abraçamo-nos calorosamente. No seu segundo ano resolveu com a sua noiva casarem, cujo matrimônio se deu a 18 de dezembro  1971. Ela já era funcionária da Fundação Nacional de Saude – um emprego seguro, razoável e assim ficou morando e trabalhando em Barra do Corda. Adão estudando em São Luís visitava a esposa cada final de mês, mesmo tendo encontrado alguma resistência por parte da direção do Seminário, pois naquele tempo um aluno não podia nem namorar, imagina casar como Adão havia feito. Tantos outros desafios foram aparecendo, mas todos vencidos com determinação. Meu colega terminou o  curso em dezembro 1973. Já era papai de Lemuel, um garoto forte como o pai.

Depois de formado Adão e Iraci começam em 1974 seu ministério, propriamente dito, sendo a sua primeira igreja a Igreja Cristã Evangélica de Cururupu. Meu amigo  refere-se à essa igreja como uma das mais abençoadas onde  a sua família foi também muito abençoada. Infelizmente ficou pouco tempo, dado algumas dificuldades com o emprego de sua esposa, que teve de voltar para sua terra, Barra do Corda.  Sua segunda igreja foi a de Parnaíba, Piauí. Nessa igreja o pastor passou suas maiores tristezas e angústias desde os primeiros momentos de sua chegada, apesar de ter sido a convite da mesma. Ficou na porta da Igreja algumas horas  por não conhecer ninguém na cidade, nem telefone existia, e para piorar a situação sua esposa estava gestante perto de dar à luz e o menino Lemuel pequeno e ainda a bagagem. A certas alturas passou por ali um cidadão. Era diácono da igreja, que vendo ali o pastor , indiferentemente o cumprimentou e foi embora. O fato faz lembrar o sacerdote da parábola do bom samaritano. Depois de muita demora sem aparecer ninguém, foram finalmente acolhidos em uma casa que tinha como ocupantes muitas baratas, ratos e morcegos e muita sujeira, sem nenhum exagero.  Na primeira reunião com o conselho da igreja, aquele “diácono” declarou ao pastor que a igreja tinha se arrependido de havê-lo convidado. A palavra desse servo de Deus não foi confirmada pelos demais membros do conselho nem por nenhum outro crente. Como não tinha sido convidado por aquele irmão, e sim pela igreja, o pastor resolveu ficar. Com pouco tempo nasceu o seu segundo rebento, sua linda filha Ana Letíce.   O Pr. Adão certa vez disse: “Tivemos um ministério em paz com a igreja, porém sem nenhum sucesso. Entendemos que estávamos no lugar errado, e voltamos para Barra do Corda antes de completar um ano”   O sofrimento e as decepções ministeriais fazem amadurecer o caráter e torna o obreiro mais preparado pera maiores realizações. Foi isso que aconteceu.  A família aprendeu muito.

Em Barra do Corda vieram mais dois filhos para o casal, Gamaliel e Uziel. Ali o Pr. Adão pastoreou uma congregação, do outro lado da cidade  que pouco tempo veio a se emancipar tornando-se a Segunda Igreja Cristã Evangélica de Barra do Corda, Trizidela.  Foi pastor também por vários anos da Primeira Igreja – Centro em Barra do Corda, onde desenvolveu um grande Projeto Social em parceria com a Missão Campos Brancos, alcançando vários povoados com projetos como: de horticultura, de criação de caprinos, ovinos, suínos. Em Barra do Corda Adão viajou muito pelas congregações e pontos de pregação no interior e ajudou no início das construções dos templos da Trizidela e Altamira. Seu ministério foi produtivo e saudável.

Como a AICEB  (Aliança das Igrejas Cristãs Evangélicas do Brasil),  tinha planos de começar uma igreja em Caxias, próspera cidade, perto de Teresina na BR portanto local estratégico para  o crescimento da região, era chegado o momento do já veterano e bem sucedido pastor enfrentar aquele desafio e foi através de uma parceira AICEB e MISSÃO CAMPOS  BRANCOS  que as duas entidades enviaram a família Carreiro para iniciar aquela obra.

Em 1991 Adão e Iraci deixavam definitivamente a cidade de Barra do Corda, onde estavam muito bem instalados com residência própria com o fundo do quintal banhado pelas águas cristalinas do caudaloso Rio Corda, um dos mais belos e famosos rios do Maranhão, que dá o nome à cidade.

“Concluímos o projeto organizando a igreja exatamente nos 4 anos propostos com um patrimônio hoje que vale mais de um milhão de reais. A igreja organizada nos convidou para ficar com eles passando o mesmo sustento que as missões nos passavam”.   Relata o Pr. Adão Barros.

Hoje, 29 anos depois, a Igreja Cristã Evangélica de Caxias conta com a Segunda Igreja com um grande número de membros, um pastor talentoso, um grande e moderno templo muito bem situado construído na gestão do Pr.  Alberto Rodrigues Filho.  Conta também com a construção da Terceira igreja já também emancipada sob os cuidados do Pr. Eduardo Nunes Santos e mais  uma congregação em outro bairro da cidade sob os cuidados pastorais do seu filho Pr. Lemuel Carreiro  com as instalações da escola EBD prontas em integral funcionamento com o projeto em plena atividade da construção quarta igreja.  

O Pr. Adão exerceu na denominação muitos cargos de administração. Como jovem ainda, foi eleito presidente no Primeiro Congresso de Mocidade em julho de 1967, Exerceu o cargo como o primeiro presidente da história dos congressos de jovens. Foi membro da Diretoria Geral, foi presidente da antiga  Diretoria Regional Nordeste, integrante da antiga Comissão de Coordenação, órgão formado pela AICEB E MICEB com três membros de cada entidade, criada com a finalidade  de estudar assuntos de interesse  das duas instituições em matéria de finanças, área de trabalho, evangelização, seminários etc. Tem, portanto, uma grande folha de serviços prestados à AICEB.     

Todo o sucesso do Pr. Adão Barros Carreiro. Tem como segredo a plena convicção do chamado de Deus para o santo Ministério, a escolha sensata do seu casamento com uma mulher de Deus, auxiliadora fiel, mãe exemplar, zelosa pela obra, e filhos que sempre deram alegria e orgulho para os pais, amáveis e crentes fieis.  

O meu amigo Pr. Adão teve seus momentos difíceis? Teve sim, mas soube vencê-los e não se deixou fracassar na estrada da vida.  O templo sede da Igreja Cristã Evangélica de Caxias tem as seguintes proporções:
30 metros de largura por 25 de comprimento, oval. Os 4 pontos mais distantes estão à mesma distância do púlpito, dois banheiros masculinos e dois femininas, 12 salas fazendo um total de 1.050 m² e mais um depósito. Estacionamento muito amplo com 593m².  O projeto consta de secretaria e gabinete pastoral amplos. A igreja dispõe ainda de uma chácara bem cuidada para os eventos como retiros e acampamentos da igreja. Enquanto isto Deus tem lhe agraciado com bênçãos materiais e à sua família.

É isto o que Deus tem feito na vida daquela criança lá do interior.

Autor: Lucimar Rocha

Repórter de Deus.

Relíqueas

lado esquerdo Adão e Lucimar lá atrás

no fundo o antigo escritório da AICEB Adão  de chapéu e Lucimar juntando capim.  Osório e Reginaldo capinando

uma das nossas salas de aulas 1972

O que dizem os leitores:

Mumberto Miranda: Pr. Lucimar, faltou registrar no belo histórico do Pr. Adão a grande contribuição do Pr. Adão no soerguimento e excelente trabalho como presidente do Conselho Fiscal da AICEB por dois mandatos de 2005 (Convenção Geral em Teresina) a 2013 (Convenção Geral em Manaus), equipe composta pelos conselheiros Pr. Josué Azevedo, Gesimiel Portela e Humberto Jônatas.

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Francisco Jorge e F. Pereira 

Que linda história. Parabéns Pr Adão pelo seu aniversário

Elias Neto  

Relato impactante de uma trajetória de muito amor e dedicação ao sagrado ministério. Motiva-nos a dedicar-se ainda mais.

Chagas Silva  Parabéns Pra Adão, servo do Deus Vivo

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  Gilson da Silva   
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Grato pela publicação sobre a vida desse grande servo do Senhor, Pr. Adão Carreiro. Sinto-me um privilegiado de conhecê-los e testemunhar parte desse trabalho realizado junto com a irmã Iraci, grande serva do Senhor. Parabéns ao Pr. Adão pelos seus 75 anos de vida. Deus dê saúde e longevidade.

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BIOGRAFIA DE ABDORAL FERNANDES DA SILVA

BIOGRAFIA DE ABDORAL FERNANDES  DA SILVA

APRESENTADA POR ALUNOS DO SEMINÁRIO CRISTÃO EVANGÉLICO DO NORTE - SÃO LUÍS MARANHÃO

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Em sessão solene, Câmara de Vereadores homenageia Igreja Cristã Evangélica com moção de aplausos pelos 60 anos de atuação em Batalha

A Câmara Municipal de Batalha, em Sessão Legislativa ocorrida nesta sexta-feira (6), prestou uma justa e merecida homenagem através de Moção de Aplausos a Igreja Cristã Evangélica - ICE, na pessoa do Pastor Lucimar Rocha pelos 60 anos de fundação da instituição religiosa em Batalha.

O requerimento aprovado por unanimidade no último dia (1/12), foi concedido por iniciativa do Vereador Cleyson Amaral Rodrigues e aprovado por unanimidade pelos parlamentares daquela casa. O documento formaliza uma homenagem em reconhecimento pelos relevantes trabalhos religiosos e educacionais realizados pela instituição religiosa ao longo de mais de meio século de convívio com a população batalhense.

“A Câmara de Vereadores, diante da importância da data, não poderia deixar passar despercebido, em reconhecimento aos feitos realizados pela Igreja Cristã Evangélica no município de Batalha, visto que a mesma teve ao longo de sua caminhada uma importante e porque não dizer decisiva participação no avanço do evangelismo em nosso município, uma vez que junto com as boas novas, apresenta também sua colaboração nas questões sociais, colaborando com o avanço de nossa cidade”, disse o Vereador Cleyson Amaral autor da proposição.

O Pastor Lucimar Rocha iniciou sua fala abençoando a todos. "Somos uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, investimos apenas no bem estar de nossos fiéis em todas as áreas, social, familiar, educativa e moral através dos ensinamentos de Cristo, aplicados principalmente para uma geração que vive um momento de incertezas quanto ao futuro. Nosso papel portanto é combater o mal semeando o bem, indicando o caminho da paz, do amor e sobretudo o caminho da salvação", finanalisou recebendo os aplausos de todos.

O ato solene contou com presença de várias autoridades locais e também com a participação do grupo de mulheres *Rainha Ester* da Igreja Cristã Evangélica.

Moção – é a proposição pela qual o vereador expressa seu louvor, congratulação ou pesar. Apresentada à Mesa Diretora, a Moção é imediatamente despachada pelo Presidente e enviada à publicação.

Paulo Pires, presidente da Câmara e o Pr. Lucimar Rocha Moção de Aplauso

Fonte: Acesse Batalha