sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ARROGÂNCIA




A GERAÇÃO ATUAL E A EDUCAÇÃO

Conta-se que um jovem muito arrogante e vazio tomou para si a responsabilidade de “explicar” a um senhor já maduro, próximo dele, por que era impossível alguém da geração passada entender a sua geração. Ele disse quase aos berros, atitude comum de pessoas sem educação e respeito: "Vocês cresceram em um mundo diferente; um mundo quase primitivo”. Todos em volta puderam ouvir a forma grosseira como o estudante proferiu suas palavras. Continuou ele com seu discurso: “Nós, os jovens de hoje, crescemos com televisão, aviões a jato, viagens espaciais, homens caminhando na Lua e nossas espaçonaves passeando por Marte. Temos energia nuclear, carros elétricos e a hidrogênio, computadores com grande capacidade de processamento e ...” (... o jovem fez uma pausa para tomar mais um gole de cerveja e o senhor, de forma calma, serena e educada, aproveitou esse intervalo para interromper sua arrogante ladainha dizendo-lhe):
“Tudo bem, você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens e por isso tivemos que inventá-las. Agora, responda-me: O que você, um jovenzinho arrogante, mal educado e já viciado em bebidas alcoólicas está fazendo para a próxima geração?” Silêncio total no ambiente.
Diante da falta de resposta do surpreso jovem, todos em volta aplaudiram ruidosamente a forma coerente e inteligente da reação de alguém que, se não teve todas essas modernidades, recebeu, quando criança, adolescente e jovem, educação no lar e na escola, coisa rara nesses atrapalhados dias de hoje em que grande parte da juventude não inspira praticamente nenhuma confiança e nem mostra o mínimo de competência e vontade para que possamos sonhar com dias melhores no futuro.
Infelizmente, essa é a realidade dura e cruel que vivemos no Brasil, um país onde o governo não tem a menor preocupação em melhorar, principalmente, a educação e a saúde que é a base para uma sociedade digna, honrada e justa. Aqui em Belém, por exemplo, o governo está preocupado em construir mais presídios ao invés de investir em educação. E eu, dessa vez, não vou nem falar em corrupção, a grande praga nacional!
Enquanto o governo não entender o que é essencial para o país, vamos continuar nessa decadência moral e educacional. O pior é que tais jovens serão os futuros pais de família, educadores e políticos! Já imaginaram o que nos espera? Será possível piorar o que já está ruim? Muita coisa precisa ser feita e já! A gente não pode é entregar os pontos. Embora o quadro seja desanimador, vamos alimentar nossa esperança de ver políticos sérios, íntegros e honrados focando seus projetos para o reinicio de um processo educacional consistente e sério para que em um futuro próximo possamos viver uma nova realidade em nossa querida e hoje tão abandonada e sofrida pátria brasileira. Não dá para nos orgulhar apenas por sermos campeões mundiais de futebol ou termos o melhor carnaval do planeta!

Humberto Jônatas Jorge Miranda - Administrador
humberto.jonatas@hotmail.com
Belém-Pa.

Obs: Carta publicada no jornal O Liberal (Belém) de 07/12/08.

O Autor é membro do Conselho Fiscal da AICEB
e membro da Igreja Cristã Evangélica do Marco – Belém, PA.

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